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Economia Comunicado do Banco Central não dá pistas sobre fim do ciclo de alta da Selic

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A consulta pública ficará aberta até 2 de setembro para coleta de avaliações e sugestões. (Foto: Agência Brasil)

Quando o ciclo de aperto dos juros vai terminar? Essa pergunta ficou sem resposta para boa parte do mercado financeiro, diante do comunicado feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que elevou a taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano, na 11ª alta seguida.

Ao indicar que a taxa básica de juros poderá ser elevada novamente, ainda que numa dose mais branda do que a elevação promovida na reunião de junho, analistas e especialistas não conseguiram chegar a um consenso sobre até onde o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e seus colegas de diretoria pretende levar a taxa Selic.

Entre os analistas, o consenso é de que o cenário internacional é de alta volatilidade, com possibilidade real de que o preço do barril de petróleo continue a subir até 2023.

No cenário doméstico, medidas do governo Bolsonaro, como limitar alíquotas de ICMS sobre combustíveis, devem ter impacto limitado no combate a inflação neste ano e prejudicam ainda mais o cumprimento da meta de inflação em 2023.

Para o superintendente de Pesquisa Macroeconômica do Santander Brasil, Maurício Oreng, o comunicado não deixa claro qual é o plano do BC para a trajetória de juros, que pode ir além do aumento já previsto para a reunião de agosto.

“O comunicado do Copom não deixa muito clara a totalidade do plano de voo do Banco Central. A decisão do Fed (BC dos EUA) de aumentar a taxa de juros trouxe volatilidade para os mercados. A incerteza passa a ser grande para depois de agosto. O BC (brasileiro) admite a incerteza crescente em relação ao cenário econômico e aumentou de maneira relevante sua projeção para inflação, de 3,4% para 4% em 2022, ainda sem considerar as medidas tributárias do governo”, afirma Oreng.

O banco deve rever para cima sua projeção de 13,5% para a Selic neste ano e já considera viés de alta para a Selic para o ano que vem. Quanto à inflação, o Santander estima IPCA em 5,3% em 2022, mas Oreng afirma que o indicador pode chegar a 6% com as medidas tributárias do governo.

“Essas políticas (como limitar alíquota de ICMS sobre combustíveis) podem reduzir a inflação para 2022, mas a aumentam para 2023. Além disso, o processo de desinflação das commodities está demorado, começamos a considerar que o petróleo continue em alta neste ano e no próximo”, afirma.

Caminho certo

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o BC age corretamente ao sinalizar que deve seguir com a trajetória da alta de juros para além de 13,25%.

“Dadas as incertezas do cenário externo e interno, com os juros nos Estados Unidos e a nossa taxa de câmbio subindo, é possível que o Banco Central caminhe para um patamar de juros que chegue em 14% no fim do ano”, afirma Vale. A projeção atual da MB é de 13,75%.

“Não importa exatamente qual é a razão da inflação, se é demanda ou oferta. A Argentina está com uma inflação de 60% ao ano porque não conseguiu lidar com ela nos últimos anos. No Brasil, a inflação vai ficar acima de 10% pelo segundo ano consecutivo, algo inédito no Plano Real e que precisa ser combatido como o BC tem feito.”

Vale critica ainda a política fiscal do governo Jair Bolsonaro que, segundo ele, é irresponsável e tem pressionado o BC a elevar ainda mais a taxa básica de juros.

O projeto de lei que limita alíquotas de ICMS em combustíveis, elaborado pelo governo e que foi aprovado pelo Congresso nesta quarta, segundo ele, cria ainda mais problemas fiscais para 2023.

“O governo vai mitigar o preço dos combustíveis momentaneamente com a redução de tributos, mas à custa de ter um imposto maior no futuro, uma piora na situação fiscal dos estados e um câmbio pior agora. O governo está piorando a situação”, afirma.

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https://www.osul.com.br/comunicado-do-banco-central-nao-da-pistas-sobre-fim-do-ciclo-de-alta-da-selic/ Comunicado do Banco Central não dá pistas sobre fim do ciclo de alta da Selic 2022-06-17
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