Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2020
A Brigada Militar monitora a ocupação
Foto: DivulgaçãoUm grupo de pessoas invadiu, na manhã de sábado (27), um condomínio localizado na Avenida João Ferreira Jardim, 368, no bairro Rubem Berta, na Zona Norte de Porto Alegre.
O empreendimento, chamado Residencial Sevilha, deveria ter sido entregue aos compradores em 2016 pela construtora Porti, mas ainda está inacabado. Segurados pela Caixa Econômica Federal, os adquirentes aguardam a conclusão das obras do condomínio, que faz parte do Programa Minha Casa, Minha Vida.
A construtora espanhola paralisou os trabalhos em 2017, quando as obras estavam 80% concluídas, alegando problemas financeiros. Em 2018, foi acionado o seguro da Caixa para a retomada dos trabalhos. Uma nova construtora foi contratada para terminar o empreendimento.
“A Caixa retomou as obras através do seguro da obra, não é obra abandonada, já foram vendidas todas unidades para os adquirentes através do Minha Casa, Minha Vida”, afirmou, neste domingo (28), a advogada Tabata Renata Yokoyama Fritsch, que representa a associação dos compradores dos imóveis.
“Tem mais de 300 famílias que adquiriram, pagaram por esses imóveis, inclusive, muitos moram de aluguel ou com parentes”, destacou a advogada. “Os invasores estão quebrando coisas dentro das torres, bem como carregando móveis para dentro do local. Existem muitos barulhos de coisas sendo quebradas, destruídas, ou seja, depredando o patrimônio alheio”, destacou.
Conforme testemunhas, os invasores estariam recebendo o apoio de partidos políticos de esquerda. A reintegração de posse foi solicitada na Justiça. A Brigada Militar monitora o local.
“Nós, os compradores, que pagamos por esse imóvel, somos, no momento, os verdadeiros ‘sem-teto’. Muitos gastaram economias de uma vida inteira no sonho da casa própria e agora estão morando de aluguel ou de favor. Como se não bastasse o atraso para a entrega do empreendimento, agora ocorre essa invasão absurda!”, declarou um dos compradores.
A ocupação causou revolta e desespero nos adquirentes, que se concentraram em frente ao condomínio neste final de semana. Vizinhos destacaram um grande “entra e sai” de invasores no local neste domingo. “Estão cavando, procurando água. Estão batendo direto, talvez quebrando paredes, e gritando toda hora que eles ganharam os apartamentos”, revelou um morador da região.
“Estamos entrando para posteriormente fazer uma negociação”, afirmou um representante dos invasores, destacando que o grupo recebe orientações de um advogado.
A fala do homem deixou os compradores indignados. “Que direitos? Direitos temos nós, que pagamos por isso e ainda não recebemos”, disse o proprietário de uma das unidades habitacionais.
Cerca de 400 pessoas estariam no condomínio, provocando aglomerações em meio à pandemia de coronavírus. Os invasores afirmaram que não deixarão o local. Conforme testemunhas, os vigias que estavam na obra receberam ameaças dos invasores para permitir a ocupação.