Segunda-feira, 23 de junho de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
Fair / Wind

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Geral Conexão Buenos Aires-México-Moscou: como a vacina russa se tornou a preferida da América Latina

Compartilhe esta notícia:

Vacina russa atravessa as linhas geopolíticas e ideológicas e abre caminho como uma das alternativas mais requisitadas. (Foto: Divulgação/Fundo de Investimentos Diretos da Rússia)

Até poucas semanas atrás, a vacina russa Sputnik V era uma possibilidade remota para grande parte da América Latina no combate à covid-19. Brasil e Chile apostavam na CoronaVac, o imunizante da farmacêutica chinesa Sinovac. O Peru estava de olho no laboratório Sinopharma. O México se converteu em um dos primeiros países no mundo a fechar um acordo com a Pfizer e iniciar sua campanha de vacinação.

A Argentina era dos poucos que avançavam nas negociações pela Sputnik V, que segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet, chega a 91,6% de eficácia.

Uma série de imprevistos na corrida pela imunização mudou tudo e obrigou os demais governos da região a buscar alternativas para proteger sua população em uma pandemia que já deixou mais de um milhão de mortos em todo o continente.

Então, a Rússia pôs em órbita sua principal vacina, com a esperança de distribuir mais de 300 milhões de doses antes do fim do ano, um esforço no qual o governo do presidente argentino, Alberto Fernández, teve papel de destaque e que o México e outros países ― como o Brasil ―, veem agora com esperança após os resultados de sua eficácia, diante do enorme desafio que tem pela frente com seu plano de vacinação.

O Brasil engrossou a lista dos países latinos que abriram caminho para o imunizante russo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reduziu uma etapa no processo para autorização de uso emergencial de imunizantes no País ― que atualmente tem aprovadas as vacinas CoronaVac e a AstraZeneca/Oxford ―, ao retirar a exigência de testes clínicos de fase três em solo brasileiro.

O pedido de uso emergencial do imunizante no Brasil, solicitado pela farmacêutica União Química, segue em análise.

A irrupção da Sputnik V (o “V” é de “vacina”) no cenário latino-americano foi marcada pela polêmica. Depois de acertar o envio de 20 milhões de doses à Argentina, 10 milhões à Venezuela e 24 milhões ao México, surgiram questionamentos de todos os tipos: desde dúvidas pela falta de informação científica publicada no Ocidente no momento em que foram fechados os primeiros acordos e os dardos políticos para criticar a gestão da pandemia, até os medos e delírios que beiram as teorias da conspiração.

Os resultados preliminares do estudo, realizado com 20 mil participantes ― dos quais 75% receberam a vacina e os demais, placebo ―, mostram que apenas 16 tiveram covid-19 sintomática entre os vacinados (0,1%), e 62 entre os não vacinados (1,3%). A publicação desses números deu novo impulso à imunização, frente ao ceticismo inicial da comunidade científica internacional.

Com a Sputnik V, a Rússia aspira a permanecer no primeiro pelotão da corrida científica, um jogo reservado às grandes potências. Mas não é só uma questão de prestígio. A vacina “é um bom negócio, com um componente humanitário claro”, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em outubro a um grupo de magnatas do país, incentivando-os a investir na produção e aproveitar uma oportunidade empresarial que, segundo ele, poderia significar 100 bilhões de dólares (538 bilhões de reais) em receitas no mundo todo.

Além de Argentina, México e Bolívia, a Rússia distribuiu a vacina para uma dúzia de outros países, entre eles Belarus, Sérvia, Israel e Emirados Árabes, e tem pré-acordos com outros. A Sputnik V ocupa o terceiro lugar mundial em doses encomendadas por países de baixa e média renda, segundo dados do Centro de Inovação em Saúde Global da Universidade de Duke, à frente das vacinas que as autoridades russas consideram suas principais concorrentes: a da Pfizer-BioNTech e a da Moderna. “A pandemia só reforçou a distribuição de poder no sistema internacional, com blocos como os dos Estados Unidos, da Europa e da China”, comenta Stephan Sberro, professor do Instituto Tecnológico Autônomo do México. “Mas a grande surpresa foi a Rússia.”

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Geral

Testes combinando a vacina Sputnik V com a da AstraZeneca começam na próxima semana, diz a Rússia
Sine Municipal tem 24 vagas de pedreiro para contratação imediata
https://www.osul.com.br/conexao-buenos-aires-mexico-moscou-como-a-vacina-russa-se-tornou-a-preferida-da-america-latina/ Conexão Buenos Aires-México-Moscou: como a vacina russa se tornou a preferida da América Latina 2021-02-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar