Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2021
Nesta semana, o governo brasileiro manifestou oficialmente seu apoio à declaração internacional de líderes presentes à Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre Mudanças Climáticas (COP-26), em Glasgow, para preservar as florestas e reduzir o desmatamento e a degradação dos solos até 2030. Atualmente, quase um quarto (23%) das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEEs) vêm da agricultura e da indústria madeireira. Juntos, os mais de cem países signatários do compromisso histórico, como Rússia, Estados Unidos, China, Austrália e França, concentram mais de 85% das florestas do mundo, uma área superior a 21 milhões de quilômetros quadrados.
O anúncio da “Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo” aconteceu em evento convocado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, com participação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da presidente da Comissão da União Europeia (EU), Ursula von der Leyen, e prevê o equivalente a cerca de R$ 108 bilhões em financiamento público e privado.
Parte dos recursos virá de financiamento por 12 países – como EUA, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Coreia do Sul, União Europeia, Canadá e Japão –, com cerca de R$ 68 bilhões previstos até 2025. O objetivo é apoiar iniciativas em países em desenvolvimento, incluindo a restauração de terras degradadas, combate a incêndios florestais e apoio aos direitos das comunidades indígenas.
O Brasil aderiu ao compromisso global para redução das emissões de metano e também à declaração de florestas e uso da terra. Essas iniciativas já foram assumidas pelo País dentro de seu Compromisso Nacional Determinado de redução de gases de efeito estufa, que incluem redução de metano e desmatamento ilegal.
Na segunda-feira, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou o compromisso do Brasil em reduzir a emissão de carbono em 50% até 2030. A novidade fez parte do discurso de abertura da COP-26. A meta será formalizada junto à cúpula, que segue com debates sobre mudanças climáticas até 12 de novembro.
“O Brasil demonstra, mais uma vez, seu compromisso como parte de um acordo coletivo”, frisou Leite. Antes, a promessa era baixar o nível de emissões para 43% até 2030. O governo espera que em 2050 o país neutralize a emissão de carbono na atmosfera.
Na cerimônia, o Ministério do Meio Ambiente apresentou diretrizes para a agenda estratégica voltada à neutralidade climática. Entre as medidas, estão:
– Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026, e 50% em 2027, comparando com o ano de 2022;
– Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;
– Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz energética;
– Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas;
– Incentivar a ampliação da malha ferroviária.