Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2021
Nesta segunda-feira (19), o governo do Rio Grande do Sul confirmou oficialmente os dois primeiros testes positivos para a variante Delta do coronavírus no Estado. Ambos os infectados são moradores de Gramado (Serra Gaúcha), tiveram contato entre si e não apresentam histórico recente de viagem para outro Estado ou País.
O primeiro caso teve amostra submetida a sequenciamento genético completo na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sediada no Rio de Janeiro. Já o segundo forneceu material para análise pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), em Porto Alegre, por meio de sequenciamento parcial e o já mencionado vínculo com o outro indivíduo.
Outras cinco suspeitas de contágio pela mesma cepa no Estado têm as suas situações epidemiológicas em investigação na Fiocruz. Um eles também é de Gramado e teve contato com o primeiro infectado, ao passo que os demais residem em Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul (Região Metropolitana de Porto Alegre).
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), os resultados devem sair nesta semana. Amostra de um paciente de Santana do Livramento (Fronteira-Oeste) chegou a ser enviada para análise, mas testes do Laboratório Central do Estado (Lacen) já descartaram a hipótese.
Metodologia
Por meio do Lacen e do CDCT, o Cevs realiza testes preliminares para identificação desses casos suspeitos, incluindo o sequenciamento parcial. As análises determinam se a amostra é uma provável VOC (“variante de preocupação”, em uma livre tradução do inglês) a partir da identificação de genes específicos para cada tipo de coronavírus.
Ao serem enviadas para a Fiocruz, as amostras passam por um sequenciamento genômico completo. O objetivo é obter detalhes do perfil de mutações e classificar com precisão a linhagem de cada amostra.
Características
Com origem na Índia e identificada pela série “B.1.1.617.2”, a variante Delta do coronavírus tem como principal característica – já comprovada cientificamente – o maior grau de transmissibilidade. A linhagem também encontra menor resistência por parte dos anticorpos produzidos por vacinas: apenas uma dose (nos imunizantes de duas aplicações) pode ser pouco efetiva contra essa cepa.
Esse motivo fez com que a Secretaria Estadual da Saúde (SES) oriente que o intervalo entre cada injeção seja de dez a 12 semanas para os imunizantes de Oxford e Pfizer, a fim de acelerar a conclusão do esquema vacinal necessário para maior proteção contra a covid – para a Coronavac, o prazo mínimo já é menor (três semanas).
Já no que se refere à à gravidade, ainda não há evidências de que a variante Delta provoque um quadro mais ou menos severo da doença em relação a outras linhagens. Por esse e outros motivos, é fundamental que mesmo os indivíduos já imunizados mantenham os cuidados básicos de prevenção ao coronavírus, sobretudo no que se refere ao uso da máscara e aos procedimentos de higienização e distanciamento social.
(Marcello Campos)
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