Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2016
Não se sabe ao certo com qual objetivo, mas, recentemente, um passageiro tentou embarcar em um avião no aeroporto internacional de Guarulhos (SP) portando um peso de academia. Outro turista foi flagrado com uma raquete elétrica de matar mosquitos, dessas que se compram na rua, em camelôs e, um terceiro, com um rolo de macarrão feito de madeira.
No mesmo período em que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) implementou normas mais rígidas de inspeção de bagagens e de passageiros nos aeroportos brasileiros, a reportagem teve acesso a uma lista de itens inusitados que já foram retidos em alguns aeroportos brasileiros por representarem uma ameaça.
O pente fino ocorre antes da sala de embarque, onde o passageiro é obrigado a passar por um detector de metal e a sua bagagem de mão, por um aparelho de raio-X. Segundo as novas regras para voos domésticos, um agente de segurança pode inspecionar a mala de mão e solicitar a retirada de eletrônicos que prejudiquem a visualização da bagagem no raio-X. Nessa hora, qualquer item que possa ser uma ameaça deve ser retido. Entre eles estão explosivos, líquidos inflamáveis e armas brancas. Também são proibidos materiais pontiagudos ou cortantes com lâmina maior de 6 centímetros.
Estiletes são os itens mais apreendidos.
Foi por uma falha nessa inspeção que foi possível à reportagem entrar em um avião que saiu de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Santos Dumont, no Rio, com um estilete de 9 centímetros. Os dois aeroportos são geridos pela estatal Infraero, que disse que investigará o caso e reforçará a inspeção. Estiletes estão justamente entre os itens mais apreendidos nos aeroportos brasileiros, ao lado de tesouras.
No entanto, certa vez, um passageiro teve de se desfazer de seu cinto, pois a sua fivela era um soco inglês e foi considerada uma arma branca.
Em outro grande aeroporto do País, um agente de segurança relatou ser comum a retenção de sprays de pimenta, usado por algumas mulheres contra ameaças de assédio. Segundo a Anac, o item é visto como material neutralizante, semelhante a dispositivos de choque elétrico.
Vidro de perfume parece uma granada.
Outra preocupação de agentes de segurança de diferentes aeroportos brasileiros é um vidro do perfume Arsenal, da marca Gilles Cantuel. Com 100 mililitros, notas cítricas e com menta picante em sua composição, o perfume tem uma embalagem que é a réplica perfeita de uma granada. Segundo agentes de segurança, o item pode ser visto em voo como uma ameaça. Por isso, armas de brinquedo também não entram em aviões.
Muitos alegam ignorar as normas de segurança ou terem se esquecido de que portavam os itens em suas bagagens. O mais preocupante é quando há má fé do passageiro, o que pode indicar uma intenção ilícita.
Recentemente, o agente encontrou uma estrela ninja escondida sob o forro da bagagem de uma pessoa. “Tesouras, facas, canivetes, munições e armamentos, a gente pega constantemente nos canais de inspeção. É só passar em frente ao raio-X e observar os cestos onde são descartados esses itens proibidos”, assinala.
Quando há indícios de crimes, os casos são encaminhados e investigados pela Polícia Federal. Já os itens apreendidos, que não são ilícitos, costumam ser armazenados pelos aeroportos e incinerados após alguns meses.
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