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Mundo Conheça o rio onde milhares de imigrantes arriscam a vida em busca do sonho americano

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Agentes da patrulha de fronteira da cidade de Del Rio, no Texas, lideram buscas no Rio Grande por uma menina brasileira que desapareceu na segunda-feira. (Foto: Reprodução/Twitter/@CBPSouthTexas)

Na segunda-feira (1º), uma menina brasileira de 2 anos desapareceu tentava atravessar o Rio Grande, na fronteira entre México e Estados Unidos, ao lado da mãe. Na semana passada, os corpos de um pai e sua filha, de apenas 23 meses, foram encontrados às margens do mesmo rio, depois de tentarem cruzar as águas rumo a território americano. As informações são da BBC News.

Esses e outros casos transformaram o rio em um símbolo da crise migratória que assola os Estados Unidos. A Patrulha de Fronteira americana diz ter feito 593.507 detenções na divisa sul do país desde outubro de 2018. No ano fiscal anterior, esse número havia sido de 303.916.

Com tantos incidentes, o presidente do México Andrés Manuel López Obrador alertou sobre os perigos das jornadas ilegais em uma declaração recente, descrevendo as mortes como “muito lamentáveis”.

“As pessoas estão perdendo suas vidas, no deserto ou cruzando o Rio Grande; nós sempre condenados [esse comportamento] e não o desejamos.”

No ano passado, 283 pessoas morreram na fronteira dos EUA com o México e ativistas de direitos humanos acreditam que o número pode ser ainda maior neste ano. Desde 1994, cerca de 10 mil pessoas perderam a vida tentando completar o trajeto, segundo o grupo Anjos da Fronteira.

Registros recentes indicam que o Rio Grande, que nasce no Estado americano do Colorado e segue até o Golfo do México, está se tornando o roteiro mais popular entre os imigrantes ilegais.

Conhecido como Rio Bravo entre os mexicanos, ele é o quinto mais longo da América do Norte, e o 20º mais longo do mundo. São 3.000 km de extensão, dos quais 2.000 km passam pelos limites entre os dois países.

Do começo do ano até julho, a área do rio recebeu o maior volume de imigrantes na fronteira sul dos EUA, registrando quase 250 mil detenções – um crescimento de 124% na comparação com o mesmo período de 2018, de acordo com o Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos Estados Unidos.

Outros dados, divulgados pelo jornal The New York Times, indicam um aumento do número de salvamentos em suas águas. De outubro de 2018 a julho deste ano, agentes de patrulha resgataram pelo menos 315 imigrantes numa extensão de 336 km – contra 12 no mesmo período do ano anterior.

Pessoas que tentavam a travessia disseram em entrevista ao veículo americano que foram convencidas por atravessadores e outros migrantes de que o rio era a alternativa mais rápida e menos complicada até os EUA, porque o trajeto pode demorar apenas cinco ou dez minutos. Em Piedras Negras, uma das cidades mexicanas que ficam às suas margens, por exemplo, a distância até o território americano é de 36 metros.

Ainda segundo os entrevistados, esta seria uma opção mais fácil do que a entrada legal, endurecida pelo presidente americano Donald Trump.

Anunciado no começo de junho, um acordo entre Estados Unidos e México prevê que muitos dos imigrantes que cruzarem a fronteira americana pelo México e pedirem asilo nos EUA aguardarão o resultado do processo em território mexicano. Antes, eles poderiam esperar do lado estadunidense.

O prefeito de Piedras Negras, Claudio Bres Garza, confirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian que o Rio Grande está recebendo mais imigrantes do que antes, principalmente famílias provenientes da América Central.

“Vi as fotos do pai afogado ao lado da filha hoje de manhã. Nunca vi nada assim. Mais de oito crianças se afogaram no rio neste ano. É uma loucura”, disse.

Também ao The Guardian, a agente da polícia federal local Claudia Hernandéz falou que as correntezas e redemoinhos do Rio Grande, desconhecidos dos imigrantes, contribuem para a multiplicação de desaparecimentos.

“O rio é traiçoeiro e as pessoas que não são daqui não sabem disso. Eu cresci aqui ao longo do rio Río Bravo (Rio Grande) e não entraria naquela água nem para tomar banho ou nadar. Há fervedouros e redemoinhos e quando a corrente leva você, pode puxá-lo para baixo e você não voltará a superfície. Eu estive de guarda no rio nos últimos dois meses e é muito triste ver tantos pais arriscando suas vidas com seus filhos. Isso acontece o tempo todo.”

Além dos acidentes de travessia, a região do Vale do Rio Grande, no sul do Texas, ficou conhecida nos últimos meses pela superlotação e más condições em seus centros de detenção de migrantes.

Na terça-feira, imagens divulgadas pelo Departamento de Segurança Nacional mostram centros lotados, com imigrantes amontoados numa estrutura semelhante a uma jaula na cidade de McAllen. Em outra foto, 88 homens estão detidos em uma cela em Brownsville, enquanto as próprias autoridades americanas afirmaram que a capacidade do espaço é de apenas 41 pessoas.

Em junho, durante a visita dos representantes do governo norte-americano, havia 8 mil detidos na região.

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