Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) deu em entrevista a principal razão para o possível impeachment da presidenta Dilma Roussef: “Ela não gosta do Congresso”. Para não deixar dúvidas, atribuiu a atual crise ao “pouco caso” que ela teria dado aos parlamentares. O famoso antigo e imoral toma lá dá cá, expressão popular que significa: troca de favores na qual quem favorece alguém é por este favorecido. Este foi o grande erro do Collor, tratou de governar vaidoso com os milhões de votos e a sua aparente popularidade.
Praticou esportes. Apareceu garboso nas fotos correndo pelas alamedas da belacap. Disse frases de efeito. Criou bordões e manteve distância dos políticos. Magoados, os congressistas ficaram esperando e na primeira oportunidade para mostrar seu descontentamento derrubaram o Collor numa tarde memorável, enquanto aplaudiam a si mesmos. Agiram certo? Não estamos tratando deste viés da história, apenas tentando compreender o teatro que assistimos em Brasília com uma sensação estranha do dèjà vu.
Só o que pode salvar Dilma é a matemática, senão vejamos para aprovar o impeachment e envia-lo para o Senado os deputados federais precisam de 342 votos, certo? Até ontem, segundo o Estadão, eles tinham 285 contabilizados a favor, 114 contra, 63 indecisos e 51 não quiseram responder. É logico que a grande sacada agora é garantir que a oposição não alcance os 342 votos. Almas estão no balcão sedentas para vender suas preciosas consciências. Não é assim que se faz a política nos corredores das casas legislativas? Não é “dando que se recebe”? Nenhum deputado está votando por que a presidenta cometeu algum crime. Eles, todos eles sabem disso, estão votando pelos seus interesses mais mesquinhos. A Dilma está comprando consciências? Não sei. Mas, que elas estão à venda, tenho certeza!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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