Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2015
A Suíça congelou perto de 5 milhões de dólares (pouco mais de 20 milhões de reais segundo a cotação atual do dólar) em ativos em nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de seus parentes. Uma auditoria interna do banco que guarda esses valores, cuja identificação não foi divulgada, foi responsável pelo informe que levou à abertura de ação criminal no país europeu por suspeita de lavagem de dinheiro. A investigação foi enviada ontem pelo Ministério Público suíço à PGR (Procuradoria-Geral da República) no Brasil.
A instituição financeira entregou aos procuradores da Suíça, em abril de 2015, um informe em que apontava para as irregularidades e fazia duas constatações: Cunha havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome da conta e a renda movimentada era muito superior ao que o peemedebista havia declarado como salário.
O alerta deu um início a uma investigação formal, que resultou em um congelamento dos ativos de Cunha e de parentes em diversas contas. “O Escritório do Procurador-Geral da Suíça confirma que abriu um processo criminal contra Eduardo Cunha sob a base de suspeita de lavagem de dinheiro, ampliando em sequência para corrupção passiva”, indicou o MP suíço.
O valor estaria dividido em pelo menos quatro contas controladas pelo presidente da Câmara. Uma delas está em nome do parlamentar e da mulher dele, a jornalista Claudia Cruz.
A Suíça investiga pagamentos relacionados à Petrobras desde março de 2014, quando foi deflagrada no Brasil a Operação Lava-Jato. Durante meses, o Ministério Público suíço pediu que bancos entregassem à Justiça detalhes sobre dezenas de contas. Até agora, mais de 300 já foram identificadas e bloqueadas. No caso de Cunha, a confirmação veio justamente do informe de um banco. “Depois de abrir um processo, os ativos de Eduardo Cunha foram congelados”, confirmaram as autoridades suíças.