Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2015
Andreas Lubitz, o copiloto alemão que teria derrubado deliberadamente um avião da companhia Germanwings, com 150 pessoas a bordo nos Alpes franceses em 24 de março, procurou na internet como ter acesso a drogas letais, como cianeto de potássio, valium (que pode levar à morte com altas doses) e outras combinações de remédios – um indício de que ele planejava se suicidar. A informação, divulgada pelo jornal alemão “Süeddeutsche Zeitung”, foi confirmada pelo promotor de Düesseldorf Christoph Kumpa nesta sexta-feira (12).
Na tarde do dia 23 de março, um dia antes da tragédia, Lubitz também fez buscas on-line com o termo “living will” (testamento em vida, em tradução livre). A expressão designa um documento escrito em que um paciente detalha como gostaria que fosse seu tratamento médico em circunstâncias em que ele não pode mais expressar seu consentimento.
Visão comprometida
Na quinta-feira (11), foi revelado que o copiloto da Germanwings temia perder sua visão, o que encerraria sua carreira de aeronauta. Lubitz consultou 41 médicos em um período de cinco anos, sendo sete deles no mês que antecedeu a tragédia – incluindo três visitas a psiquiatras, segundo o promotor francês Brice Robin. França e Alemanha investigam de maneira conjunta o acidente.
O motivo eram os apagões, flashes e visões duplas que ele sofria com frequência, que afetariam sua capacidade de pilotar. Lubitz, porém, não tinha nenhum problema oftalmológico que provocasse as mudanças na visão. Os médicos diagnosticaram o copiloto como psicologicamente instável, conforme Robin, sendo que outros o consideraram incapaz de pilotar. A informação não foi relatada às autoridades devido ao sigilo médico.
Responsabilidade
O copiloto derrubou o avião de forma deliberada, trancando a cabine e impedindo a entrada do piloto, de acordo com o promotor francês. Para ele, a dificuldade será determinar quem mais poderá ser responsabilizado pela tragédia. Robin disse que será aberta uma investigação para apurar se houve falhas de procedimentos da empresa Germanwings ou de alguma pessoa que levaram Andreas Lubitz a voar mesmo com problemas mentais. (Folhapress)