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Mundo Coronavírus atrasou o combate a outras doenças

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O número de pessoas que procuraram o teste de HIV em 2020 diminuiu 22%. (Foto: EBC)

Antes da pandemia, o mundo vinha fazendo progressos contra essas doenças. De forma geral, as mortes causadas pelas três foram reduzidas a cerca da metade desde 2004.

“O advento de uma quarta pandemia, a covid, coloca em grande risco esses ganhos conquistados”, disse Mitchell Warren, diretor executivo da Avac, uma organização sem fins lucrativos que promove o tratamento do HIV e da Aids mundialmente.

A pandemia inundou hospitais e interrompeu as cadeias de abastecimento de testes e tratamentos. Em muitos países pobres, a crise do coronavírus desviou recursos limitados de saúde pública do tratamento e prevenção dessas doenças.

Caiu o número de pessoas que procuram diagnóstico ou medicação, porque tinham medo de se infectar com o coronavírus nas clínicas. E alguns pacientes não tiveram atendimento porque seus sintomas, como tosse ou febre, eram semelhantes aos de covid-19.

A menos que os esforços mais amplos para combater as doenças sejam retomados, “continuaremos respondendo a demandas de emergência e saúde global com ações pontuais”, disse Warren.

O relatório foi compilado pelo Fundo Global, um grupo de defesa que financia campanhas contra HIV, malária e tuberculose.

Mortes evitáveis

Antes da chegada do coronavírus, a tuberculose era a maior assassina entre as doenças infecciosas em todo o mundo, ceifando mais de um milhão de vidas a cada ano. A pandemia exacerbou os danos.

Em 2020, houve cerca de um milhão a menos de pessoas testadas para a tuberculose ou em tratamento da doença na comparação com 2019 — uma queda de cerca de 18%, de acordo com o novo relatório.

O número de pessoas tratadas para a tuberculose resistente diminuiu 19%, e para a tuberculose com resistência extensiva (quando é refratária a diversos medicamentos), 37%. Quase 500 mil pessoas foram diagnosticadas com tuberculose resistente em 2019.

“Temos sofrido muito com a tuberculose”, disse Peter Sands, diretor executivo do Fundo Global. “Temo que isso signifique inevitavelmente centenas de milhares de mortes extras.”

A Índia, que tem a maior incidência de tuberculose do mundo, retomou sua taxa pré-covid de diagnósticos no final de 2020, mas o surto na primavera passada provavelmente reverteu esse progresso, de acordo com Sands.

Longo Prazo

Uma queda nos diagnósticos de tuberculose pode ter consequências de longo alcance para a comunidade. Uma pessoa com a doença não tratada pode transmitir bactérias para até 15 pessoas a cada ano.

Em comparação com 2019, o número de pessoas que procuraram o teste de HIV em 2020 diminuiu 22%, e o número de pessoas que aderiram a serviços de prevenção de contágio caiu 12%.

“Como não há cura para o HIV, cada pessoa infectada tem um impacto de longo prazo”, afirmou Sands.

Os diagnósticos de malária tiveram uma pequena queda, de acordo com o relatório. A maioria dos países conseguiu adotar medidas que limitaram o impacto na detecção de casos e no tratamento.

Cerca de 115 milhões de pessoas foram levadas à pobreza extrema por causa da covid-19, o que limita ainda mais seu acesso a tratamento e apoio. Em alguns países, o fechamento de escolas e o lockdown tornaram particularmente difícil para meninas adolescentes e mulheres jovens receberem atendimento de saúde.

Houve alguns lampejos de esperança em meio às notícias sombrias: a crise forçou agências e ministérios de saúde em muitos países pobres a adotar inovações que podem se manter para além da pandemia.

Entre eles, oferecer aos pacientes suprimentos de remédios para tuberculose e HIV que durem vários meses, além de preservativos, lubrificantes e agulhas; usar ferramentas digitais para monitorar o tratamento da tuberculose; e fazer testes simultâneos para HIV, tuberculose e covid-19.

Um exemplo é a Nigéria, onde agentes comunitários de saúde que testaram pessoas para a covid também fizeram exames de HIV e tuberculose. Como resultado da ação, o país se tornou um dos poucos a ver um aumento nos diagnósticos de HIV em comparação com 2019.

Prevenção
Em Ouagadougou, em Burkina Faso, agentes comunitários de saúde entregaram mosquiteiros tratados com inseticida de moto, de porta em porta, em vez de distribuí-los com caminhões nas praças das aldeias. A abordagem permitiu que beneficiassem mais famílias do que antes e ajudou a reduzir o número de infecções por malária.

Para minimizar o impacto da pandemia, o Fundo Global gastou cerca de US $ 1 bilhão a mais do que seu orçamento normal, contou Sands. Em março de 2020, a organização liberou US$ 500 milhões para ajudar os países a enfrentar a situação; até agosto de 2021, havia arrecadado US$ 3,3 bilhões para uso em 107 países.

Os fundos foram usados para fortalecer os sistemas de saúde, fornecer exames, tratamentos e oxigênio e fornecer equipamentos de proteção individual aos profissionais de saúde.

Os doadores se comprometeram a fornecer outros US$ 6 bilhões para o HIV e US$ 2 bilhões para tuberculose nos próximos três anos, de acordo com Sands.

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