Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de outubro de 2023
O corpo da carioca Karla Stelzer Mendes foi sepultado nessa sexta-feira (13) em uma cidade no Sul de Israel. A morte dela havia sido confirmada mais cedo pelo embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer.
Ela estava na festa rave que foi atacada no último sábado (7) pelo Hamas. A festa acontecia perto da Faixa de Gaza. A brasileira estava com o namorado, o israelense Gabriel Azulay. O corpo dele foi encontrado na quarta-feira (11).
A carioca chegou a mandar um áudio para uma amiga enquanto tentava se esconder. “Vieram os terroristas, jogaram bomba. A gente saiu correndo. Eu tô aqui no meio do mato com outras duas pessoas e o Gabriel. E com medo de ninguém vir, matar a gente.”
Karla foi morar no país do Oriente Médio há mais de dez anos em busca de uma vida melhor. Era apaixonada pela capoeira e torcedora do Botafogo e descrita por amigos como uma pessoa alegre e dedicada.
“Era uma pessoa cheia de vida, que amava viver, amava a liberdade acima de tudo. Uma pessoa ímpar. Uma pessoa que corria atrás dos sonhos, dos objetivos. E que, infelizmente, teve a vida ceifada nessa guerra terrível que está acontecendo”, disse Igor Teixeira, o Mestre Esquilo, amigo de infância da brasileira.
Ele conta que Karla nasceu na cidade do Rio mas se mudou para Saquarema, na Região dos Lagos, ainda criança. Lá, os dois se conheceram e ela começou a praticar capoeira para acompanhar o amigo.
Tempos depois, o professor dos dois foi morar em outro estado e ela passou a ser aluna do amigo, já conhecido como Mestre Esquilo. Ao longo do período em que ela deixou o país, seguiu mantendo contato com os amigos do Brasil.
“Ela saiu daqui com a intenção, como a maioria dos brasileiros que deixam o país, em busca de mais oportunidades”, disse Igor.
A capoeira também não foi abandonada, pois Karla costumava treinar de maneira remota. No meio da capoeira era conhecida como Karla Muzenza e era instrutora.
Mestre Esquilo conta que sabia que a amiga participaria da festa Universo Paralello por conta dos contatos com ela. Quando soube que a festa foi invadida pelo Hamas, ficou tenso e tentou contato.
“Desde o primeiro momento que eu vi que a festa tinha sido invadida, eu mandei mensagem para ela, que não me respondeu”, contou.
A brasileira deixa um filho de 19 anos que está servindo o Exército de Israel.
Karla era a última brasileira identificada como desaparecida no país, depois de Ranani Glazer e Bruna Valeanu, cujas mortes foram atestadas durante a semana. As informações são do portal de notícias G1.