Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2025
A advogada Tônia Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), afirmou em depoimento à CPI do INSS que alertou dois ex-ministros da Previdência sobre as fraudes em descontos nas aposentadorias e pensões. Um dos alertas, segundo ela, foi feito a Carlos Lupi durante reunião do CNPS em meados de 2023, no governo Lula. Segundo ela, o assunto não voltou a ser tratado no Conselho até março de 2025, quando ela deixou o colegiado.
“Eu alertei para o fato de que essas entidades estavam atuando de forma errada e que era necessário discutir isso no Conselho, se tinham sede, estrutura, se prestavam serviço”, disse Galletti, ao se referir à criação de sindicatos e associações fantasmas só para receber descontos indevidos dos aposentados.
Ela afirmou que o problema foi identificado pelo próprio Sindnapi, a partir de reclamações de associados que estavam sendo filiados a outras entidades, sem autorização.
A advogada também contou ter procurado o ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis para tratar do assunto no período. Ele é suspeito de participar do esquema de fraudes contra aposentados, segundo relatório da Polícia Federal, o que ele nega.
Galletti acrescentou que também chamou a atenção sobre o problema durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre 2021 e 2022, disse ter procurado o então diretor de Benefícios do INSS, José Carlos Oliveira, promovido posteriormente a ministro do Trabalho e Previdência. “Oliveira não fez nada”, disse.
Quando depôs à CPI, Oliveira afirmou que só soube das supostas fraudes em 2023, quando já havia deixado o ministério e o INSS.
Também à CPI, Lupi já negou que só teve acesso a informações sobre a dimensão do esquema quando as investigações da PF avançaram.
Em entrevista ao jornal O Globo, Galletti já havia dito que alertara Lupi sobre o problema dos descontos indevidos dos aposentados logo depois de sua posse na pasta, em janeiro de 2023. Segundo ela, o ministro estava acompanhado de assessores, prometeu investigar, mas nada foi feito.
Já os governistas apostam no depoimento de Felipe Macedo. Ele é ex-presidente da Amar Brasil, outra entidade citada no relatório da PF. Macedo é considerado próximo ao PL, partido de Jair Bolsonaro e fez diversas doações para políticos alinhados com o ex-presidente. (Com informações do jornal O Globo)