Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2018
À medida que avança o calendário eleitoral e se aproxima o momento do registro das chapas, é natural que aumente a movimentação de pré-candidatos e possíveis alianças, a fim de ampliar o tempo dos partidos no programa eleitoral gratuito.
O estranho é que o cenário também influencie movimentos de juízes do STF (Supremo Tribunal Federal), que precisa se manter distante de qualquer disputa, inclusive as político-eleitorais. Afinal, não pode haver dúvidas sobre as decisões da Corte.
Com o plenário dividido em duas turmas, aconteceu que em uma, a Segunda, formou-se uma maioria de “garantistas” (Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes), tendo como pêndulo Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato, e o ministro Celso de Mello.
Já na Primeira, a “Câmara de Gás”, concentram-se os “progressistas” Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, o “garantista” Marco Aurélio Mello e a ministra Rosa Weber. Eles têm cumprido a jurisprudência da prisão em segunda instância, decidida por maioria do plenário.
Para o combate à corrupção, passaram a existir dois Supremos. Os advogados começaram a buscar que seus pedidos de habeas-corpus caiam no “Jardim do Éden”, pelo fato de os “garantistas” deixarem de seguir a jurisprudência.
A situação fica mais tensa porque o principal motivo do aumento das pressões é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já cumpre pena de forma antecipada, por ter sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em segunda instância, e quer ser candidato a presidente.
As esperanças estão todas sobre os “garantistas”, que precisam, para isso, torturar a legislação para que abra exceção ao líder petista, mesmo que tecnicamente isso seja impossível, conforme determina a Lei da Ficha Limpa.