Sexta-feira, 22 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 6 de setembro de 2015
O DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) solicitou imagens do circuito interno do prédio onde fica o apartamento no qual o corpo de um menino foi encontrado morto dentro de um freezer na última sexta-feira (4), em São Paulo. Vizinhos afirmam que o padrasto, a mãe e as irmãs da vítima saíram do prédio há dois dias.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino teria aparentemente cinco anos e vivia com a mãe, o padastro de 26 anos e duas irmãs. Os pais e as meninas não foram encontrados. A família era dona de uma bomboniere no térreo do edifício e morava no primeiro andar. Por volta das 18h40min de sexta-feira, vizinhos ligaram para a polícia para verificar se havia algo estranho no apartamento.
O primo do padrasto do menino contou à polícia ter estranhado o fato de o vendedor de 26 anos deixar de abrir a bomboniere. Ele foi até o apartamento e, na porta, sentiu um cheiro muito forte. O homem chamou o proprietário do imóvel e lá encontraram, no freezer, o corpo do menino enrolado em um lençol e em sacos plásticos, segundo o boletim de ocorrência. Segundo o primo, o menino era filho da companheira do vendedor.
Vizinhos.
O morador do prédio Marco Amorim contou ter sentido um cheiro forte vindo do apartamento nos dois últimos dias. “A gente passava e sentia um cheiro insuportável”, disse. Ele contou que, no início da semana, viu o padrasto do menino esvaziando a geladeira de sorvetes da bomboniere e levando para dentro do apartamento.
O vizinho afirmou ainda que “cansou de reclamar para a síndica” do choro das crianças. “Era toda noite”, completa sua esposa, Sâmara Silvestre. O casal contou que o menino já havia ido para o Conselho Tutelar após denúncias de maus-tratos de uma professora.
Maria Célia Moreira já trabalhou na escola onde o menino estudava. Ela relata que, no ano passado, houve um comunicado ao Conselho Tutelar sobre o menino e ele acabou levado para um abrigo.
“Eu não sei como que devolveram ele para os pais. Não era para ter sido devolvido, devolveram uma vez, e aí comunicamos ao abrigo que o menino estava chorando, queria voltar para o abrigo, e ele voltou para abrigo. É a mãe que batia. É um absurdo uma coisa dessa, de a gente ficar chocado. Nós percebemos que ele estava sendo mal tratado. Era um menino muito lindo, muito doce”. (AG)