Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2015
Quinze crianças foram parar no pronto-socorro, com suspeita de intoxicação, depois de entrarem em contato com um raticida – conhecido popularmente como chumbinho -, distribuído por uma colega na escola na segunda-feira (25), em São Paulo.
A aluna de nove anos, do 4º ano do ensino fundamental, acreditava se tratar de confeito para bolos ou ração para peixes e distribuiu a substância para os colegas durante o recreio.
As 15 crianças, entre nove e dez anos, passaram por processo de lavagem estomacal e ficaram em observação por cerca de seis horas. A dona de casa Ana Paula Barbosa, mãe de um menino de nove anos levado às pressas para atendimento médico, afirma que o filho relatou ter ingerido algumas “bolinhas” do veneno. O chumbinho tem aspecto físico geralmente sob a forma de um granulado cinza escuro ou grafite (cor de chumbo).
“Meu filho comeu cinco, mas teve uma criança que comeu mais, 15 ou 20 bolinhas. Quando a diretora foi avisada por uma das meninas que os coleguinhas estavam comendo comida de peixe, o frasco já estava praticamente vazio”, contou.
Foi uma amiga da família quem reconheceu o filho da dona de casa, já no pronto-socorro, e a avisou. “A diretora da escola me ligou só depois que eu já estava no pronto-socorro, e ela não contou o que havia acontecido, apenas que meu filho havia passado mal”, conta. De acordo com ela, a escola tem um bom conceito na cidade e as crianças estudam lá em tempo integral.
Os pais das crianças que supostamente ingeriram o raticida foram avisados por telefone pela diretora da escola, Nali Khairallah, mas a maioria já havia tomado conhecimento do fato por terceiros. A mãe da menina que levou a substância tóxica à instituição de ensino, cuja identidade não foi divulgada, relatou à diretora que o frasco estava guardado na gaveta de um guarda-roupas e que nunca imaginou que a filha o levaria para a escola.
O Conselho Tutelar foi acionado pela diretora. A conselheira Marta Luzia Andrade Noronha Prado explica que nos próximos dias a mulher será chamada e receberá orientações de como armazenar em casa produtos que podem ser perigosos para a saúde das crianças, como os de limpeza, por exemplo. “Como encontrou o veneno numa gaveta, a menina poderia ter encontrado um revólver e levado para a sala para mostrar para os coleguinhas, e a tragédia poderia ganhar proporções bem maiores”, exemplifica.
O delegado Levon Júnior, que registrou a ocorrência, acredita que tudo não tenha passado de uma brincadeira. Segundo ele, foi apurado que as crianças não chegaram a ingerir o raticida, já que a substância age rapidamente no organismo, causando graves consequências e podendo levar à morte.
“Alguns chegaram a levar na boca, mas logo cuspiram e outros nem isso fizeram. Foi apenas uma brincadeira de criança”, afirmou o delegado que registrou o boletim de ocorrência como não criminal.
Os pais foram prontamente avisados do ocorrido. No final da tarde todas as crianças já haviam sido liberadas do pronto-socorro com recomendação de ingerir líquido e manter alimentação normal.