Sexta-feira, 07 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2024
A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) prendeu ao menos 14 pessoas, na manhã dessa quarta-feira (28), em uma operação contra uma quadrilha que movimentou R$ 7,5 bilhões em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. De acordo com a investigação, o grupo criou dois bancos digitais não autorizados pelo Banco Central (BC) para a prática das fraudes financeiras.
Os bancos digitais, chamados de “fintechs”, suspeitos de envolvimento no esquema são o Inovepay e o T10 Bank.
No total, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 de busca e apreensão, todos expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas. Os alvos estão espalhados em 15 cidades nos Estados de São Paulo e Minas Gerais.
Todas as prisões ocorreram nas casas dos investigados. Já as apreensões ocorreram em vários estabelecimentos, incluindo lojas de veículos.
A polícia também pediu o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa. Veja os municípios onde há mandados:
– Campinas;
– Americana;
– Valinhos;
– Paulínia;
– Jundiaí;
– Sorocaba;
– Votorantim;
– Embu-Guaçu;
– Santana do Parnaíba;
– Osasco;
– São Caetano do Sul;
– São Paulo;
– Barueri;
– Ilha Bela;
– Belo Horizonte (MG).
Suspensão
A Justiça também autorizou a suspensão das atividades de 194 empresas usadas pela quadrilha para disfarçar as transações irregulares, e cancelou duas inscrições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), uma em Campinas e uma em Sorocaba, e quatro registros de contadores (dois em Campinas, um em São Paulo e um em Osasco).
O material apreendido, como malotes de dinheiro, foi encaminhado à sede da Polícia Federal de Campinas. No total, 200 policiais federais foram envolvidos na operação. Entre os alvos de busca e apreensão, estão as sedes dos bancos digitais irregulares e instituições administradoras de cartão de crédito. A Receita Federal aplicou sanções fiscais às pessoas jurídicas investigadas.
Esquema
Segundo a Polícia Federal, os bancos digitais, chamados de “fintechs”, tinham contas em bancos tradicionais e ofereciam, por meio da internet, contas clandestinas que permitiam transações dentro do sistema bancário oficial.
Ainda de acordo com a corporação, essas operações acabavam “invisíveis” ao sistema financeiro. Por isso, o esquema atendia, principalmente, pessoas blindadas por ordens de bloqueio, penhora e rastreamento.
Entenda: a fintech atuava fazendo transferências entre seus clientes sem que houve uma real conexão entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos de hospedagem.
As transações eram usadas por facções criminosas, além de empresas com dívidas trabalhistas e tributárias. A movimentação de R$ 7,5 bilhões permitia, de acordo com a PF, um “padrão de vida luxuoso aos envolvidos”.
Durante a investigação, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) denunciou as irregularidades ao Ministério Público Federal (MPF). Além das contas em bancos tradicionais, o grupo também usava máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada, o que caracteriza a lavagem de dinheiro.
A PF informou que identificou, na apuração, todos os envolvidos de alguma forma nas fraudes financeiras, seja no apoio logístico, financeiro ou operacional.
Os advogados do Inove Global Group informaram que “ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações”. “Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital”. As informações são do portal de notícias G1.