Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2023
João Teixeira de Faria, de 81 anos, conhecido no país inteiro como o médium João de Deus, foi condenado em primeira instância a mais 118 anos de prisão no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) por crimes de estupro de vulnerável e de violação sexual mediante fraude denunciados por várias mulheres que frequentaram seu templo em Abadiânia. Ao todo, o religioso já soma 489 anos e 4 meses de cadeia em condenações.
Na decisão do juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, o ex-líder religioso também foi sentenciado a pagar até R$ 100 mil em indenizações por danos morais às vítimas. João de Deus segue em prisão domiciliar por uma decisão em segunda instância.
Em nota, o Tribunal de Justiça de Goiás disse que já analisou seis apelações feitas pela defesa de João de Deus contra as sentenças condenatórias, que foram conhecidas e parcialmente providas. Duas delas estão em fase de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ainda não foram julgadas.
Nenhuma das sentenças transitou em julgado (quando não há mais como recorrer de uma decisão) até o momento. “No total, o médium foi denunciado em relação a crimes praticados contra 66 vítimas e condenado em relação a 56 delas. Foi reconhecida a extinção da punibilidade pela decadência ou prescrição em relação a 120 vítimas”, informou o TJGO.
O réu foi denunciado em relação a crimes praticados contra 66 vítimas e condenado em relação a 56 delas. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), todas as 17 ações penais respondidas por ele foram julgadas em primeira instância. Ele responde em prisão domiciliar devido uma decisão em segunda instância.
O advogado de defesa de João de Deus, Anderson Van Gualberto, informou que aguarda ser intimado referente as novas sentenças, e que recorrerá da condenação.
O TJ-GO detalhou que a defesa fez seis apelações contra as sentenças condenatórias, que foram analisadas, conhecidas e parcialmente providas pelo tribunal. Duas delas, porém, estão em fase de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda não foram julgadas e não possuem acórdão até o momento.
Prisão
As denúncias contra João de Deus começaram a aparecer em setembro de 2018, veiculadas no programa Conversa Com Bial, da TV Globo. Várias mulheres diziam ter sido abusadas sexualmente por eles durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola. Investigações foram abertas e o médium foi preso dois meses depois, no dia 16 de dezembro de 2018.