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Economia Crise eleva em 67% “êxodo” de brasileiros para o exterior

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Brasileiros saem do País em busca de qualidade de vida. Crédito: Reprodução

Representantes da província canadense de Quebec fizeram uma turnê pelo Brasil, no ínicio deste ano, para divulgar oportunidades de trabalho em carreiras muito específicas e recrutar mão de obra fluente em francês. Visitaram sete cidades do Nordeste, Sudeste e Sul e se surpreenderam com a reação: em uma semana 140 mil brasileiros visitaram o site do órgão de migração, mostrando interesse em se mudar para Quebec.

Números obtidos pela reportagem junto à Receita Federal confirmam que a emigração qualificada está em alta. Entre 2011 e 2015, o total de Declarações de Saída Definitiva do País – documento apresentado ao Fisco por quem emigra de vez – subiu 67%. Em 2011, a Receita recebeu 7.956 declarações, 21 para cada dia do ano. Em 2015, foram 13.288, em uma média diária de 36 saídas.

“Esse número é apenas uma amostra pequena da realidade da emigração”, diz Joaquim Adir, supervisor nacional de imposto de renda da Receita. “Mas reflete a saída de uma elite financeira e cultural, de pessoas que se preocupam em ficar quites com a Receita e que têm conhecimento da importância disso. Não entram aí os brasileiros que não têm bens ou rendimentos, como crianças e jovens, nem os que querem sair de forma ilegal. Essa emigração está em alta.”

Os engenheiros José Wellington e Silvia Oliveira chegaram a Toronto, no Canadá, em abril. Levaram Julia, 7 anos, e Nicolas, 3. No Brasil, a família tinha casa própria. Wellington trabalhava na área de mineração, e Silvia, na firma de avaliação de imóveis do pai. Nos últimos meses de 2013, a empresa de Wellington deu um alerta: diante da crise incipiente, não teria como manter toda a equipe a partir de agosto de 2014.
Efeito dominó.
Desde que optou pelo “frio”, a família virou fonte de informação e observa um efeito dominó. “Uma vez por semana alguém entra em contato conosco para perguntar como fizemos para migrar. Se o número da Receita está alto em 2015, vai ser pior em 2016”, conta Sílvia.
Em abril, Flávia Peres Sabagh e o marido, Márcio Ghiraldelli, ambos de 36 anos, trocaram o País pela Austrália. Estavam empregados quando tomaram a decisão de entrar no LinkedIn e disparar currículos. Em poucos dias, Ghiraldelli, especialista em sistemas, recebeu uma proposta.

“A empresa que o contratou patrocinou o visto de trabalhador experiente e deu entrada no processo. Só tivemos que enviar alguns documentos, fazer um exame de tórax e esperar algumas semanas”, explica Flávia.

Ela trabalha hoje como analista de data marketing em uma revista, e Ghiraldelli é engenheiro de qualidade de software. A mudança dos dois tem relação não só com “a possibilidade de criar um filho em um país de primeiro mundo e língua inglesa”, mas também com a crise instalada no Brasil.
Desvalorização do real.

“Estávamos muito preocupados com a desvalorização do real e a dificuldade das empresas em conseguir crédito. Isso, de maneira geral, torna as coisas mais difíceis aí”, diz Flávia.

Thiago Fonseca optou pela Filadélfia, nos Estados Unidos. Em maio, mudou-se para lá com a mulher, Juliana, e a filha, Maria Luisa. A família morava em casa própria, no Rio, e o casal, assim como os demais, estava empregado.

A família se surpreende com a quantidade de pessoas que dizem pensar seriamente em segui-los. Desde maio, muitas já consultaram Fonseca.

As três famílias lembram, no entanto, que emigrar não é fácil. Silvia e Wellington aconselham “mente aberta”. Flávia e Ghiraldelli dizem que trabalhar em uma língua não nativa é “cansativo”. Fonseca fala da nova realidade das tarefas domésticas. E todos sentem o peso de estar longe da família e dos amigos. (AG)

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