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Esporte Crise na CBF: perícia aponta assinatura falsa em acordo no Supremo que manteve Ednaldo Rodrigues no poder

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A informação foi protocolada em um processo no Tribunal de Justiça do Pará.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A informação foi protocolada em um processo no Tribunal de Justiça do Pará. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O acordo que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), passa por um questionamento. Uma perícia indica que uma das assinaturas é falsa. A partir disso, o Congresso quer convocar o presidente a depor, após tentativas falhas em CPIs.

A análise da perícia é sobre a assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, ex-vice-presidente da CBF e que foi presidente interino da entidade em duas ocasiões. A inspeção foi feita pela perita Jacqueline Tirotti, a pedido do vereador do Rio Marcos Dias (Podemos).

Foram observados elementos que diferenciam a escrita. “A convicção que se pode depreender de todas as características observadas e considerando todas as limitações intrínsecas ao presente exame é de não identificação do punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima”, diz o texto.

A entidade afirmou, por meio de nota oficial, que não teve acesso à perícia e que “todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados.”

A perícia questiona o fato de o nome ter sido assinado em 19 de janeiro, cinco dias antes da assinatura de fato do acordo, “já conferindo ao procurador poderes específicos para pleitear a homologação judicial de um acordo ainda inexistente à época”.

A análise cita que as assinaturas disponíveis para análise datam de 2015 a 2023, o que, segundo o texto, compromete a contemporaneidade exigida em exames periciais. Entre 2015 e 2017, coronel Nunes assinava de forma simplificada, igual sua rubrica. A partir de 2022, ele passou a assinar com seu nome completo.

Outra informação apontada é que, em junho de 2023, Nunes informou à Justiça um déficit cognitivo a partir de neoplasia cerebral maligna (tumor no cérebro) e cardiopatia grave. Ambas são condições clínicas severas que exigem tratamento contínuo de Nunes desde 2018.

A informação foi protocolada em um processo no Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA). A ação foi movida por Nunes para que o Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS) deixasse de descontar um valor relativo à pensão alimentícia de sua aposentadoria, já que ele havia reatado o casamento com a mulher, Maria Venina Rosa de Lima.

Essa não é a primeira vez que uma assinatura de Nunes é alvo de polêmica. Em 2021, a mulher do coronel relatou à CBF que Rogério Caboclo pressionou Nunes a assinar uma procuração que concedia ao então presidente o poder de escolher seu substituto caso fosse suspenso. O ex-presidente negou a acusação na época.

O relato de Maria Venina afirmou, na ocasião, que Nunes estava sob efeitos de remédios. O coronel teria assinado a procuração sem conhecer o teor, dois dias antes de passar por uma cirurgia no coração.

Àquela altura, a CBF já era presidida de forma interina por Ednaldo Rodrigues, por indicação do Conselho de Administração, instância formada pelos vice-presidentes. Ele substituiu o próprio coronel Nunes.

Apesar de ter celebrado a indicação de Ednaldo publicamente, Caboclo alegou irregularidade e tentou indicar Nunes como substituto. O coronel, porém, manifestou à CBF que não tinha condições de saúde para assumir e que abria mão da indicação.

Entretanto, dois dias depois, em 6 de novembro de 2021, Nunes assinou a procuração que dava poder de representação a um escritório Lemos Basto Advocacia, indicado por Caboclo.

Também são signatários do acordo a Federação Mineira de Futebol; Castellar Neto, juiz do Tribuna da Fifa; Fernando Sarney, integrante do Comitê Executivo da Fifa; Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF; e o ex-presidente Rogério Caboclo.

Nos bastidores, aliados da CBF tentam desqualificar o trabalho da perícia citando casos anteriores realizados pelo escritório do qual Jacqueline Tirotti faz parte e cujos resultados foram considerados polêmicos.

Jacqueline Tirotti informou que a análise foi realizada por meio de uma perícia grafodocumentoscópica, exame em que é verificado suporte, impressão e características de continuidade (grampeamentos, rubricas, marcas, dobras, escritas latentes, entre outras que devem estar presentes em todas as folhas), além de variações naturais do punho.

“Me chamou mais atenção é que só há assinaturas na última folha, são fixadas por um grampo e não apresentam rubricas nas folhas, o que traz uma enorme fragilidade ao documento, que pode ter suas folhas trocadas a qualquer momento. Apesar de constar as discrepâncias quanto às assinaturas, mesmo que fossem consideradas autênticas, o próprio documento é frágil não podendo ser considerado autêntico”, disse a perita.

 

 

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https://www.osul.com.br/crise-na-cbf-pericia-aponta-assinatura-falsa-em-acordo-no-supremo-que-manteve-ednaldo-no-poder/ Crise na CBF: perícia aponta assinatura falsa em acordo no Supremo que manteve Ednaldo Rodrigues no poder 2025-05-06
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