Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2022
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) à liderança do Partido Conservador e, por consequência, deixará o cargo de primeiro-ministro, exercendo interinamente a função até que o substituto seja escolhido. Ao menos seis nomes são cotados para o cargo, um dos mais importantes do mundo.
A escolha de permanecer como premiê enquanto a situação não se define foi do próprio Johnson, 57 anos. Com ele agora demissionário, qualquer deputado de seu partido (que tem a maioria no parlamento) pode se candidatar, mas precisa ser nomeado por pelo menos outros oito membros. Os mais cotados são:
– Liz Truss: secretária de Relações exteriores é querida entre a militância dos Conservadores. Promoveu o Brexit e foi nomeada negociadora principal com a União Europeia.
– Jeremy Hunt: ex-secretário de Relações Exteriores ficou em segundo na disputa de liderança do Partido Conservador em 2019. Ele pode oferecer um estilo de liderança mais sério e menos polêmico após a conturbada passagem de Johnson.
– Ben Wallace: ministro da Defesa ascendeu nos últimos meses graças à sua condução da crise na Ucrânia.
– Rishi Sunak: ex-ministro das Finanças era até o ano passado o favorito para suceder a Johnson. Sunak foi elogiado por elaborar um pacote de resgate para a economia durante a pandemia de coronavírus.
– Nadhim Zahawi: ex-secretário de Educação e novo ministro das Finanças impressionou pela atuação como ministro das Vacinas, quando o Reino Unido teve um dos programas mais rápidos de vacinação contra a Covid-19 no planeta.
– Penny Mordaunt: ex-secretária de Defesa foi demitida por Johnson quando ele se tornou primeiro-ministro, após ela apoiar seu adversário Hunt durante a última disputa de liderança do partido.
Como é escolhido o novo premiê?
São feitas diversas rodadas de votação entre os deputados conservadores. Em cada uma delas, os candidatos menos votados deixam a disputa, que restem apenas dois candidatos.
Na última fase, todos os membros do partido conservador podem votar. São em torno de 180 mil pessoas que votam pelo correio. O vencedor, então, passa a ser o líder do partido e, por consequência, o novo primeiro-ministro.
A eleição de novo primeiro-ministro pode durar algumas semanas. Antes de Boris Johnson assumir em 2019, sua antecessora, Theresa May, ficou mais de um mês no cargo após renunciar.
Permanência não é impossível
Pode ser que Johnson permaneça, em vez de entrar um novo líder. Ele pode pedir uma moção de desconfiança, que é uma forma de dizer se está apto a continuar no poder. Nessa votação, todos os membros do parlamento podem votar, e não apenas os do partido conservador. Ele já se submeteu a esse tipo de procedimento no início de junho e ganhou.
Mas existem algumas regras. Como venceu a desconfiança recentemente, ele só poderia passar por uma outra votação depois de um ano. O próprio partido pode mudar as regras e permitir que isso seja feita em um intervalo menor. E os opositores do governo estão pressionando pela renúncia imediata. Quem assumiria, nesse caso, seria o vice, Dominic Raab, até a eleição de um novo líder.
Outro problema que Johnson pode enfrentar é falta de apoio político para conseguir governar. Dezenas de membros do governo já deixaram seus cargos nesta semana após um escândalo sexual envolvendo um parlamentar próximo a Johnson.