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Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2019
A Justiça argentina autorizou nesta quinta-feira (15) a ex-presidente Cristina Fernández a viajar para Cuba do dia 22 ao dia 30 deste mês, enquanto aguarda julgamento por corrupção em obras públicas, para visitar a filha, internada na ilha caribenha. As informações são do portal UOL e agência EFE.
Trata-se da primeira viagem de Cristina para ver a filha depois das eleições primárias do país vizinho. No pleito realizado no último domingo, a coalizão Frente de Todos, da qual é candidata a vice, foi a grande vencedora, com 15 pontos percentuais de vantagem para a chapa do atual presidente, Mauricio Macri.
Fontes ligadas ao processo contra a ex-chefe de governo citadas pela agência de notícias estatal “Télam” informaram que Cristina pediu a permissão na semana passada.
A ex-presidente já viajou outras três vezes para Cuba, a última delas em julho, para visitar a filha Florencia, que recebe um tratamento de saúde por um transtorno de estresse pós-traumático.
A permissão foi concedida pelo Tribunal Oral Federal 2 (TOF), que julga a ex-presidente por supostas irregularidades na concessão de obras públicas viárias na província de Santa Cruz durante sua gestão.
Cristina solicitou autorização para viajar em um período anterior à roda de depoimentos no julgamento, que está prevista para começar em setembro.
A ex-chefe de Estado enfrenta neste processo, uma das múltiplas causas contra ela, enquanto avança a campanha eleitoral presidencial de 27 de outubro. A sua coalizão, liderada por Alberto Fernández, parte como favorita para chegar à Casa Rosada.
Florencia, filha de Cristina e Néstor Kirchner, viajou em fevereiro para a ilha para participar de um curso para roteiristas de cinema, mas depois do voo o seu estado de saúde piorou sensivelmente. Depois de avaliá-la, os médicos a proibiram de viajar em avião, o que a impede de voltar para o seu país.
Primárias
Alberto Fernández, peronista de centro-esquerda, estabeleceu uma ampla vantagem sobre o presidente liberal Mauricio Macri nas primárias de domingo na Argentina e se tornou o grande favorito para a eleição presidencial de 27 de outubro.
Fernández, que tem como candidata a vice a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), obteve 47% dos votos nas eleições primárias de domingo. Macri recebeu apenas 32%. Os dois somam quase 80% dos votos e a diferença é considerável para o atual governante.
Como as candidaturas já estavam definidas, as primárias não registraram uma disputa interna e os votos recebidos pelos aspirantes são considerados uma pesquisa em escala real, dois meses e meio antes das eleições gerais, que incluem a renovação parcial do Congresso. O índice de participação foi de 75% dos 34 milhões de eleitores.