Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2015
Após subir o tom contra o PT, em reação a críticas de militantes do partido, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu na segunda-feira (15), em São Paulo, representantes de movimentos que pedem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Na reunião com 30 pessoas de cerca de dez grupos, Cunha foi cobrado sobre o andamento do pedido de impeachment entregue em maio pelo Movimento Brasil Livre. Ele respondeu que havia solicitado uma análise técnica do documento. “Todos temos simpatia pelas ações do Cunha e pela saída da presidenta – ou por impeachment ou por renúncia. Mas o foco [da reunião] foram as reformas, como a política e econômica”, afirmou Danilo Amaral, do grupo Acorda Brasil
A reunião ocorre em meio a mais um embate entre petistas e Cunha. No final de semana, durante o 5º Congresso do PT, militantes ecoaram gritos de “fora, Cunha” enquanto era discutida a proposta sobre o rompimento com o PMDB e outras siglas. Cunha disse o encontro com os defensores da saída de Dilma do governo foi uma “coincidência”, já que estava marcado antes do embate com o PT.
A relação de Cunha com o PT sempre foi tensa, mas piorou desde sua eleição, em fevereiro, quando o partido atuou para deixá-lo de fora do comando da Câmara. Desde que assumiu o posto, ele tem articulado uma série de derrotas para o governo e tem avançado com uma pauta na contramão da agenda do Planalto, como a redução da maioridade penal e a revisão do estatuto do desarmamento, além de articulado uma reforma política contrária ao governo.
A nova crise pode ter reflexos na pauta da Câmara. Cunha e peemedebistas ameaçam dificultar a votação das desonerações se a presidenta da República não desautorizar as investidas petistas contra o PMDB. (Folhapress)