Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2017
Foi por meio da televisão que presos da Lava-Jato como Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-deputado Pedro Corrêa souberam da morte do ministro Teori Zavascki. O aparelho foi herança do doleiro Alberto Youssef, hoje em prisão domiciliar, que teve permissão judicial para tê-lo na cela da sede da Polícia Federal, em Curitiba, nos quase três anos de prisão.
O mais preocupado com a morte de Teori é Marcelo Odebrecht, segundo relato de pessoas que tiveram contato com os detentos. Quando viu a notícia, o ex-executivo e herdeiro do grupo, que não é de falar muito, manifestou imediatamente temor de que seu acordo de delação, assinado em dezembro e com homologação prevista para fevereiro, demore para ser validado.
Corrêa também fazia parte dos mais apreensivos. Ele teve o seu acordo devolvido pelo Supremo com o pedido de novas diligências para poder ser homologado. Com a morte de Teori, o político ficou ainda mais tenso.
Léo Pinheiro, sócio da empreiteira OAS e que teve o acordo suspenso pelos procuradores, mostrou certa tranquilidade, segundo a Folha apurou, pois ainda está em estágio de negociação com o Ministério Público Federal. Mesmo assim, disse aos companheiros que a falta de um relator pode prejudicar a todos.
Futuro
Com o clima de insegurança tomando conta da carceragem, os presos buscaram respostas sobre o futuro. Quase todos os envolvidos na Lava-Jato detidos na PF receberam visitas nesta sexta-feira (20) de advogados para especular sobre o tema.
A sala em que os presos se encontram com seus defensores passou o dia cheia e movimentada. Odebrecht, Palocci, Corrêa e Pinheiro foram alguns dos que frequentaram o espaço. Possíveis atrasos nas homologações de acordos e no julgamento de habeas corpus que correm no STF eram as principais preocupações dos detentos. Também é consenso entre os presos que o pior cenário é a demora de uma nomeação de um relator.
Pessoas que falaram com os detentos afirmaram que eles não acreditam que a morte de Teori tenha sido algo além de um acidente. Ao ver as imagens do local do acidente, Odebrecht opinou que o tempo estava ruim para voar, e Corrêa se mostrou impressionado, afirmando que o modelo King Air C90 era uma boa aeronave. (Folhapress)