Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2019
Dados e documentos de centenas de políticos alemães, entre eles a chanceler Angela Merkel, foram hackeados e divulgados na internet. As informações foram divulgadas dias antes do Natal em uma conta no Twitter que foi ativada em meados de 2017. O vazamento afeta todos os partidos no Parlamento, com exceção do Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, segundo a emissora RBB.
A porta-voz do governo alemão afirmou que “o incidente é levado muito a sério”. O conteúdo divulgado inclui informações pessoais como números de telefone, endereços, comunicações internas dos partidos e, em alguns casos, contas e detalhes de cartões de crédito.
A agência de notícias DPA divulgou que entre os dados publicados estariam o número de fax e um endereço de e-mail de Merkel, além de várias cartas escritas por ela ou destinadas a ela. Segundo a porta-voz, o vazamento não envolveu informações politicamente sensíveis ou documentos da chancelaria. Ainda não se sabe quem é o responsável pelo vazamento.
Responsabilidades
A chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha tem interesse em assumir mais responsabilidades em escala mundial, em uma época em que o multilateralismo sofre ataques. Merkel constatou que as antigas certezas em torno da cooperação internacional foram colocadas à prova e que a Alemanha deve “se manter firme, argumentar e lutar por suas próprias convicções”. “Nenhum país pode enfrentar sozinho os grandes desafios mundiais, como as mudanças climáticas, os movimentos migratórios e a luta contra o terrorismo.”
“Por nossos próprios interesses, queremos responder a todos estes temas, e podemos fazê-lo ainda melhor levando em conta os interesses dos demais”, declarou em discurso de Ano Novo. “Esta é a lição das duas guerras mundiais do século passado. Pelo nosso interesse, devemos assumir mais responsabilidades.”
Merkel também se comprometeu a aumentar a ajuda humanitária e ao desenvolvimento, além do orçamento de defesa. Ela lembrou que, a partir do dia 1º de janeiro, a Alemanha tem um posto não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e que o país agirá em favor de soluções globais.
Depois de 13 anos à frente da maior potência econômica e política europeia, Merkel renunciou no fim de outubro à liderança da CDU, após os resultados negativos do partido nas eleições regionais na Baviera e em Hesse. Annegret Kramp-Karrenbauer, conhecida como AKK, foi eleita a nova líder do partido com um pouco mais de 51% dos votos. Ela é secretária-geral do partido e considerada a “Merkel bis”, já que defende a mesma linha de centro-direita da chanceler.