Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de abril de 2020
Davi Alcolumbre busca um texto de consenso entre Congresso e governo.
Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoO presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deve relatar o PLP 149/2019, projeto sobre compensação a Estados e municípios pela perda de arrecadação provocada pela pandemia de coronavírus. Nesta segunda-feira (27), ele anunciou que pretende entregar a minuta do relatório na quinta-feira (30), para que cada senador possa analisar o texto — um substitutivo à proposta já aprovada na Câmara dos Deputados. Alcolumbre propôs o congelamento de salários de servidores públicos por 18 meses, como contrapartida à compensação a Estados e municípios
A matéria deverá ser votada em sessão remota extraordinária deliberativa prevista para sábado, 2 de maio, às 16h. A ideia é entregar a proposta de volta para os deputados federais na segunda-feira (4).
“Vou conversar com o presidente [da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia, na reunião do projeto emergencial dos Estados e dos municípios, para ver se a gente pode deliberar um texto sobre o qual já exista acordo”, adiantou.
Além disso, Davi Alcolumbre busca um texto de consenso entre Congresso e governo: ele se reuniu, nesta segunda-feira, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do assunto.
Conhecida em sua versão original como Plano Mansueto, a proposta visa repassar recursos a Estados e municípios para auxiliá-los nas despesas relativas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.
“Estamos construindo um projeto que concilie os interesses das regiões, o desejo do governo federal em dar esse aporte neste momento emergencial e o texto da Câmara”, explicou.
Contrapartida
Para a União fazer o repasse aos entes federados, algumas contrapartidas estão previstas no projeto, como a suspensão de reajustes salariais de servidores públicos municipais, estaduais e federais por 18 meses, o que, estima-se, equivale a cerca de R$ 130 bilhões em recursos.
“Seria um gesto importante evitarmos os reajustes por 18 meses como contrapartida”, destacou.
No entanto, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) é contra o congelamento de salários dos servidores, especialmente daqueles que trabalham na linha de frente de atendimento às vítimas da covid-19.
“Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, coveiros, os trabalhadores da segurança pública. A contrapartida é não ter aumento para esses trabalhadores? Os aplausos aos trabalhadores da saúde, ao corpo de bombeiros, às polícias civil e militar, para onde vão?”, questionou ela.
Em resposta, Davi Alcolumbre lembrou que, há 15 dias, a proposta era cortar os salários dos servidores em 25%, medida que ele considera bem mais drástica.
Já o senador Lasier Martins (Podemos-RS) pediu pressa na entrega do relatório, para que o texto possa ser examinado logo, e assim ele possa responder às demandas de seu estado.
“Estamos numa enorme expectativa; não apenas o governador, mas também todos os prefeitos. Eles estão, inclusive, solicitando uma reunião com os três senadores do Rio Grande do Sul para quarta-feira [29], para que façamos uma projeção do que é que vem para os municípios. Vai ser um trabalho duríssimo; é um dos estados em condições mais precárias no País, em termos econômicos e financeiros. E precisamos saber quais serão os critérios de distribuição de recursos”, ressaltou.