Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2021
Os três advogados que assumiram a defesa de Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, afirmaram que tiveram acesso os autos da investigação, e disseram que “Monique precisa ser ouvida”. “A Monique precisa ter voz. Chegou o momento de a Monique falar de maneira isenta. Ela vai ter a oportunidade de prestar novo depoimento. E, neste momento, ninguém pode falar em nome da Monique. A estratégia que a defesa tem é exclusivamente uma: que a Monique diga a verdade”, disse o advogado Hugo Novais.
“Gostaria de dizer a todos que esperem, que deixem, que ouçam a Monique falar. Até agora, falaram por ela. Por incrível que pareça, a situação é tão trágica que a prisão da Monique, na verdade, representa a sua libertação contra a opressão e o medo”, acrescentou a advogada Thaise Mattar Assad, dando a entender que Monique teria sido coagida em depoimentos anteriores prestados à polícia.
Monique Medeiros está presa, assim como o namorado, o vereador Dr. Jairinho. Os dois são acusados de homicídio duplamente qualificado pela morte de Henry Borel, de 4 anos, no dia 8 de março.
“Assumimos a defesa de Monique Medeiros há apenas três dias. Hoje é a segunda vez que visitamos a delegacia e só agora teremos acesso ao inquérito”, disse Minagé, que não antecipou que estratégia vai usar na defesa de Monique. Na última quarta-feira, na saída da 16ª DP (Barra da Tijuca), no Rio de Janeiro, os advogados repetiram por várias vezes a frase: “Deixem a Monique falar”.
Ainda no contato com a imprensa após deixarem a delegacia, o advogado Thiago Minagé elogiou o trabalho do delegado Henrique Damasceno na condição das investigações: “O delegado está fazendo um excelente trabalho, extremamente profissional. E merece todos os elogios pela condução dos trabalhos. Nos recebeu de forma muito amistosa e nos deu acesso ao inquérito policial. São muitos documentos e agora vamos analisar todo o contexto”.
Ex-namorada
Débora Melo Saraiva, de 34 anos, uma ex-namorada do Dr. Jairinho (sem partido) chegou por volta das 14h40min desta sexta-feira (16) na 16ª DP (Barra da Tijuca) para prestar um novo depoimento sobre a morte do menino Henry Borel. Ela é a terceira testemunha que resolveu mudar sua versão sobre o caso. Anteriormente, a babá da criança, Thayná Oliveira, e a empregada doméstica da mãe do menino, Leila Rosângela, já tinham prestado outros esclarecimentos à polícia, só que desta vez, com informações diferentes do primeiro depoimento. Débora confirmou ter sido agredida por Jairinho e relatou ainda que o vereador também batia em seu filho.
O depoimento durou cerca de três horas. Ela saiu pela porta dos fundos da delegacia e não falou com a imprensa.
O delegado Antenor Lopes Martins, diretor do DGPC (Departamento Geral de Polícia da Capital), disse à imprensa que Débora confirmou que era agredida pelo vereador, com quem ela namorou durante seis anos, entre idas e vindas. Além disso, a ex-namorada relatou que Jairinho também batia em seu filho, que na época tinha apenas 3 anos de idade. As informações são do jornal O Dia.