Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de junho de 2020
A defesa de Fabrício Queiroz apresentou um pedido à Justiça do Rio para que o recurso da negativa do habeas corpus do ex-chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro troque de relatora na segunda instância.
Em vez da desembargadora Suimei Cavalieri, que votou contra o caso das rachadinhas mudar de instância, a defesa de Queiroz entende que quem deve julgar é a primeira desembargadora que divergiu da atual relatora e teve sua tese vencedora, ou seja, a desembargadora Mônica Toledo.
O advogado Paulo Catta Preta, que também representa Márcia de Aguiar, casada com Queiroz e foragida há oito dias, também solicitou que seja Toledo a analisar o habeas corpus contra o pedido de prisão de Márcia.
Wassef
Frederick Wassef mergulhou na última semana numa maré bem diferente da sucessão de boas notícias que vinha recebendo desde que desfilou o Brasil com o crachá de advogado do presidente. Ora em programas de TV, ora em gabinetes do poder em Brasília, Wassef cresceu de Atibaia para todo o país afirmando ter procurações dos Bolsonaro. Mas desde quando Queiroz foi preso numa casa de Wassef tudo mudou. A advogada do presidente anunciou que ele nunca advogou de fato para Bolsonaro. Flávio Bolsonaro, o filho mais velho e figura central do principal caso de corrupção envolvendo a família presidencial, também o destituiu dos autos. A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo pode abrir um processo disciplinar contra ele. Mas, em entrevista à coluna, Wassef afirmou que o que realmente lhe dá medo é a possibilidade de Fabrício Queiroz ser assassinado na cadeia.
Segundo Wassef já havia afirmado à revista Veja, Queiroz teria sido jurado de morte. Agora, ele revela que a suposta ameaça tem relação direta com a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, em fevereiro, atingido após uma suposta troca de tiros com a Polícia Militar da Bahia. A mãe e a mulher de Nóbrega trabalharam para Flávio Bolsonaro em seu gabinete.
Wassef afirmou que “policiais do Rio” foram à Bahia matar Adriano e teriam sido eles também a ameaçar Queiroz.
“Queiroz ia ser assassinado pelo mesmo pessoal que deu a ordem para assassinar o Adriano. Policiais do Rio foram à Bahia, torturaram o Adriano, quebraram as costelas, deram três coronhadas na cabeça. Quer prova de tortura? Adriano foi assassinado”, afirmou.
Perguntado se policiais milicianos teriam matado Adriano ou ameaçado Queiroz, conforme ele afirma ter ocorrido, Wassef respondeu que a ordem de matar Adriano e ameaçar Queiroz teria partido de políticos interessados em colocar a culpa em Bolsonaro.
“(É) a política que está por trás disso. Queiroz ia ser assassinado. Eles iriam matar o Queiroz. Ele teria sido enterrado há muito tempo. De quem é a culpa? A culpa seria do presidente Bolsonaro. Queiroz pode ser morto na cadeia para incriminar Bolsonaro. E você ia torturar a família, porque não tem o pai para assessorar. Eles iriam sequestrar, barbarizar”.
Perguntado que político, respondeu:
“Você é maluco que vou falar. Daqui a pouco, matam Queiroz na cadeia e vão falar que ele se suicidou, que foi briga de preso. Ele ainda corre risco de vida. Se acha que quem quer matar o Queiroz é bandidinho, PM, esquece. É canhão calibre grosso, forças políticas. O plano é um só: derrubar Bolsonaro”.