Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2015
Propina em apartamentos funcionais, embaixo da cama, 1,5 milhão de reais transportado em malas e aviões fretados. Essa é a descrição feita pelo funcionário do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo, em delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.
Ângulo era conhecido por ser o “emissário” e entregador de dinheiro de Youssef. Nos depoimentos, ele relatou pagamento de propina a parlamentes do PP em residências funcionais em Brasília.
A delação de Ângulo, formalizada em dezembro do ano passado, foi mantida em sigilo pelo STF (Supremo Tribunal Federal) até agora. A pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro Teori Zavascki retirou o sigilo dos depoimentos.
Alguns depoimentos públicos do funcionário à Justiça Federal no Paraná, no entanto, confirmaram afirmações feitas na colaboração premiada. Ainda há outras delações ocultas no sistema do STF, como os depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e do lobista Fernando Baiano.
Ao Ministério Público, Ângulo disse que o ex-deputado Pedro Corrêa (PP) frequentava semanalmente o escritório de Youssef para buscar dinheiro em espécie, levar dados de contas de terceiros para depósitos. Em média, o ex-deputado recebia 250 mil reais por mês fracionados. O delator confirmou também entrega de 60 mil reais pessoalmente ao senador Fernando Collor (PTB-AL) em São Paulo. (AE)