Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2016
O esquema de fraudes em construção de ferrovias, apurado pela operação “O Recebedor”, deflagrada em conjunto pela PF (Polícia Federal) e MPF-GO (Ministério Público Federal em Goiás), nesta sexta-feira (26), foi descoberto após um acordo de leniência firmado com a construtora Camargo Corrêa.
De acordo com o procurador da República, Hélio Telho, a empresa simulava contratos com o escritório de advocacia Elo Dourado e Elccon Engenharia e parte do honorário era utilizado para pagar a defesa do ex-presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias (empresa estatal ferroviária ligada ao Ministério dos Transportes) José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha das Neves, junto ao Tribunal de Contas da União e à Justiça.
Ainda segundo Telho, a Camargo Corrêa afirmou ter pago 800 mil reais em propina. “A partir das provas que a construtora apresentou nós tivemos acesso a quebra do sigilo fiscal de outras companhias e identificamos o pagamento para três empresas, que teriam sido utilizados para o pagamento da propina”, destacou. Juquinha prestou depoimento na sede da PF em Goiânia, nesta manhã, após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão e condução coercitiva.
A operação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira em Goiás, Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Ao todo, são cumpridos sete mandados de condução coercitiva e 44 de busca e apreensão no País. Segundo o MPF-GO, o objetivo da operação é o de recolher provas sobre o pagamento de propina para a construção das Ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, bem como prática de cartel, lavagem de dinheiro e superfaturamento. (AG)