Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2017
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná, disse que “é preciso ir além da Lava-Jato” para combater a corrupção e diminuir a impunidade no Brasil. Para Dallagnol, a operação é o diagnóstico do problema que o País enfrenta, mas o tratamento exige reformas do sistema político e da Justiça Criminal, com o apoio da sociedade.
O procurador falou sobre o lançamento do livro “A luta contra a corrupção: a Lava-Jato e o futuro de um País marcado pela impunidade” que, segundo ele, apresenta uma perspectiva de quem atua dentro do sistema, em um país no qual apenas 3% dos corruptos são efetivamente punidos.
“Esse livro oferece uma perspectiva das pessoas que atuam a partir de dentro do sistema e traz um pouco das nossas frustrações, porque a luta contra a corrupção num sistema disfuncional é ingrata. Nossos casos acabam, em geral, na impunidade. O livro traz várias situações concretas, e um deles é o caso Banestado. Nele, nós acusamos mais de 680 pessoas por crimes graves e apenas pouco mais de 10 foram punidas até agora”, afirmou.
Ele também salientou o poder de multiplicação que a delação da Odebrecht dará a Lava-Jato. “A colaboração da Odebrecht tem o potencial de multiplicar a Lava-Jato em termos de tamanho. Mas não só em Curitiba. Em vários outros Estados para onde estão sendo encaminhados pedaços de informação, pedaços de provas sobre crimes que foram praticados por todo o País. Cada Estado, cada lugar, vai analisar aquela informação, aquela prova, vai analisar o que já foi feito, e vai ver a viabilidade de desenvolver novas linhas de investigação com base naquele material. É isso que vai ser feito aqui no Paraná”, disse.