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Por Redação O Sul | 29 de abril de 2017
Provas colhidas pelo MPF (Ministério Público Federal) e depoimentos de delatores que trabalharam na Petrobras ou em empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato contradizem o depoimento prestado na manhã de quinta-feira pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da força-tarefa na primeira instância.
Na oitiva, realizada em Curitiba (PR), o peemedebista – preso desde novembro do ano passado pela Operação Calicute da PF (Polícia Federal) – relatou ter utilizado sobras de dinheiro do caixa 2 de campanhas para pagar despesas pessoais. Ele negou, porém, ter recebido propina relativas às obras de terraplanagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
Além dos seis processos a que responde na Justiça Federal do Rio, ele é réu na ação em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um esquema de ilícitos que teria comandado no período em que comandou o Executivo fluminense (2007-2014).
A investigação aponta que Cabral recebeu 2,7 milhões de reais em espécie em três parcelas. Ele teria maquiado a origem do dinheiro em 114 transações que totalizaram 1,4 milhão de reais. Ternos de grife e até blindagem de veículos foram pagos, de acordo com o MPF, com os recursos ilegais.