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Por Redação O Sul | 29 de abril de 2017
A longa lista de testemunhas que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ao juiz Sérgio Moro traz um grupo de pessoas bastante atípico: banqueiros de investimento, advogados especializados em mercado de capitais e auditores.
De um total de 86 testemunhas de defesa, 29 delas pertencem a este universo. Esses nomes estão na relação entregue pelos advogados de Lula, por exemplo, o ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Luiz Leonardo Cantidiano; a chefe do banco de investimentos do J.P. Morgan, Patrícia Moraes; Renato Schermann Ximenes de Melo e Sérgio Spinelli, advogados do escritório Mattos Filho; e Fabio Nazari, do BTG Pactual.
Alguns desses executivos se disseram surpresos com a indicação. Também afirmaram que ainda buscam entender por qual motivo foram parar na lista de Lula. O ex-presidente responde a uma ação penal em que é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo suposto recebimento de propinas e outros bens de R$ 3,7 milhões da OAS, entre eles um apartamento triplex no Guarujá (SP).
Em comum, muitos desses executivos indicados pela defesa de Lula têm o fato de terem participado da megacapitalização da Petrobras em 2010, uma operação que movimentou R$ 120 bilhões. Os nomes listados coincidem com os responsáveis pela oferta de ações da Petrobras, conforme mostra o prospecto da transação arquivado na CVM.
Como já faz cerca de sete anos que a oferta de ações da Petrobras aconteceu, vários dos banqueiros listados já nem trabalham mais nas instituições que foram responsáveis por coordenar a capitalização da Petrobras.
É o caso, por exemplo, de Glenn Mallett, que à época da oferta estava no Santander e agora é responsável pela área de renda variável no Bradesco BBI. Fernando Iunes também deixou o Itaú BBA.