Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2016
O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, prestou depoimento complementar em sua delação premiada na Operação Lava-Jato. Ele afirmou que a empreiteira Queiroz Galvão pagou R$ 7 milhões ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. À PF (Polícia Federal), Baiano citou ainda Augusto Costa, suposto doleiro que teria atuado para a empreiteira, no Rio.
Durante a última semana, a Queiroz Galvão foi citada em um suposto esquema de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB, atualmente no PDT) à prefeitura de São Paulo, em 2012. Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolveu diretamente o presidente interino Michel Temer (PMDB) na operação de captação de R$ 1,5 milhão em recursos ilícitos.
Machado revelou ainda “medo” com uma “delação” da Queiroz Galvão. Empresas não fazem acordos de colaboração premiada, mas, sim, de leniência. Em seu depoimento à PF, em 2 de junho, Baiano relatou que, a partir de 2007, Paulo Roberto Costa começou a pedir a ele para fornecer contas no exterior, “a fim de que empreiteiras efetuassem pagamentos de vantagens indevidas”. Segundo o delator, o ex-diretor da Petrobras informava a qual pagamento era vinculada cada empreiteira. Nesse período, afirmou Baiano, ele “não atuava em nenhum outro sentido além de prover as contas”.
Baiano citou ainda Diego Candolo, que teria atuado com o delator no pagamento de propina. “Por volta de 2010/2011 , passou a tratar diretamente com Augusto Costa sobre repasses de propina a Paulo Roberto Costa, entregando-lhe número de conta no exterior [de Diego Candolo] e dizendo o quanto deveria pagar, a fim de quitar seus compromissos com Paulo Roberto.”
Baiano afirmou que entregou a Augusto Costa em duas ocasiões números de contas. “O total pago pela Queiroz foi de cerca de R$ 7 milhões, incluindo as ocasiões em que apenas passou contas a Paulo Roberto, não tendo falado diretamente com Augusto Costa.”
De acordo com o delator, quando ele fornecia contas no exterior para pagamentos em favor do ex-diretor da Petrobras, Candolo lhe confirmava, em seguida, quanto havia entrado, mas não indicava a conta que havia feito a transferência. (AE)