Quarta-feira, 14 de maio de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Geral Delegado preso no Rio pagou a detetives para vigiarem sua amante em Miami; ele levava uma vida de luxo e ostentação

Compartilhe esta notícia:

Maurício Demétrio gastou R$ 35 mil apenas com uma viagem a São Paulo. (Foto: Reprodução)

Com a análise de três dos 12 telefones celulares apreendidos na casa do delegado da Polícia Civil Maurício Demétrio Afonso Alves, preso desde junho, os promotores do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) descobriram que o policial levava uma vida de luxo, não compatível com sua renda, ostentava riqueza – inclusive contratando seguranças particulares para protegê-lo em viagens. Ele também chegou a pagar a uma agência de detetives particulares americana para investigar a vida de sua amante, em Miami, nos Estados Unidos.

Os promotores descobriram, com a quebra do sigilo telefônico, que o policial fez com toda a família rotineiras viagens internacionais em classe executiva pagas em espécie. Também foram constatados, durante a investigação, hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões na Costa Verde e carros de luxo no Brasil e no exterior.

Foi numa dessas viagens para fora do país que Demétrio teria contratado três detetives para vigiar e investigar, por oito dias, uma amante na Flórida. No contrato, encontrado em um dos celulares do delegado, consta o pagamento de U$ 9.900 (em valores atuais, cerca de R$ 56 mil) para que a amante fosse monitorada 24 horas por dia. O acordo teria sido firmado com a Salazar Investigations em dezembro de 2019. A mulher teria tido a vida investigada entre 3 e 8 de dezembro daquele ano.

O documento foi assinado por Demétrio e Eduardo “Eddy” Salazar, dono da empresa. O detetive particular ainda informou os dados de duas contas bancárias ao então delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) para que os valores fossem transferidos. O montante seria usado para pagar a investigação e cobrir todas as despesas. No contrato, Salazar declarou que o valor poderia sofrer acréscimos caso os detetives precisassem prosseguir nas buscas.

O que também chamou a atenção dos promotores foi uma viagem do delegado à capital paulista. Em uma conversa encontrada no celular dele, os investigadores descobriram que Demétrio pagou quase R$ 35 mil entre os dias 10 e 14 de dezembro do ano passado para a ida a São Paulo. A troca de mensagens aconteceu entre o agente e um profissional de uma agência de viagens.

Nos aparelhos periciados, os investigadores encontraram ainda fotos de Demétrio no Condomínio Portobello, em Mangaratiba. Uma recepcionista do local, em mensagens, afirmou que o delegado chegou a pagar as despesas a vista “em bolinhos de R$ 30 mil”.

Ao jornal O Globo, o advogado Raphael Mattos, que representa Demétrio, “acha que pode haver uma perseguição de cunho pessoal” por parte “de um promotor que ele denunciou no Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP”. O promotor citado pelo advogado é Celso Quintella Aleixo, de Petrópolis, contra quem o delegado move uma ação judicial.

“Acho que pode haver (uma perseguição) de cunho pessoal, porque as provas são fraquíssimas e não se sustentam. Tem uma representação no CNMP contra um promotor de Petrópolis. Pode ser que esse Celso o esteja perseguindo.”

Em nota, o promotor Celso Quintella Aleixo afirmou que “ao contrário do alegado pelo advogado, as provas dos processos contra o delegado Maurício Demétrio são numerosas e robustas, sendo esse o motivo de estar preso e sendo processado criminalmente”. Ainda de acordo com o comunicado, o promotor diz que “o advogado, na falta de melhores argumentos para defender seu cliente, usa do velho golpe de tentar desacreditar a atuação dos promotores de justiça, levantando, de forma leviana e irresponsável, acusações de perseguição desprovidas de fundamento”. Em relação a representação feita por Demétrio ao CNMP, Aleixo disse que ela “foi arquivada à unanimidade pelo Conselho Nacional do Ministério Público eis que não identificada qualquer falta funcional”. Por fim, o promotor afirmou que “o delegado já era investigado mesmo antes dela ser protocolada”.

No último dia 20 de dezembro a defesa de Demétrio, que está preso no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, tentou um habeas corpus. O pedido foi negado pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio.

“Já existia um pedido de prisão do primeiro processo. Não havia necessidade de um novo pedido (expedido na última quarta-feira). Essa é uma estratégia do MP (para manter) uma prisão que se alonga há mais de seis meses. (Na última semana) pedimos a liberdade, mas o juiz entendeu que havia fatos que justificavam a manutenção da prisão”, disse Mattos.

Em nota, a Polícia Civil afirma que a corregedoria da corporação demitiu 19 servidores desde o início da atual gestão, número superior que os anos de 2019 e 2020 somados. “Quanto ao delegado Maurício Demétrio, está afastado de suas funções por ordem judicial, recebendo parte do salário, cumprindo a legislação em vigor. Sobre prazos do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o delegado Maurício Demétrio, a Corregedoria esclarece que todos os processos estão sendo observados e cumpridos dentro do rito e prazos legais.” As informações são do jornal O Globo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Geral

Saiba como usar o código de segurança do Uber
Violência doméstica: Justiça reconhece direito a indenização de mulher agredida pelo ex
https://www.osul.com.br/delegado-preso-no-rio-pagou-a-detetives-para-vigiarem-sua-amante-em-miami-ele-levava-uma-vida-de-luxo-e-ostentacao/ Delegado preso no Rio pagou a detetives para vigiarem sua amante em Miami; ele levava uma vida de luxo e ostentação 2021-12-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar