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Brasil Depoimentos de executivos da Odebrecht à Procuradoria-Geral da República abriram uma nova fase da Operação Lava-Jato sobre a possível compra de decisões do Tribunal de Contas da União

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Sede do TCU, em Brasília (Foto: Divulgação)

Depoimentos de executivos da Odebrecht à PGR (Procuradoria-Geral da República) abriram uma nova fase da Operação Lava-Jato sobre a possível compra de decisões do TCU (Tribunal de Contas da União). Também criaram impasse entre os ministros do tribunal responsável por fiscalizar obras feitas com dinheiro público.

O delator Henrique Pessoa afirmou que, para resolver pendências no processo de licitação da usina de Angra 3, o consórcio do qual a Odebrecht fazia parte pagou R$ 1 milhão ao advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, presidente do TCU entre 2015 e 2016.

Pessoa disse que o pedido foi feito no momento em que o TCU analisava questões de preço previstas no edital de construção da usina e havia risco de correções dos valores, algo que prejudicaria as empreiteiras envolvidas — Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Segundo o delator, o advogado Tiago Cedraz foi contratado por R$ 1 milhão para “resolver o problema”. O caso estava parado no TCU. “Tiago Cedraz não produziu nada. Simplesmente tivemos a grata satisfação de ter o problema resolvido”, disse Henrique Pessoa. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, já tinha afirmado em sua delação que a quantia paga a Tiago deveria chegar ao ministro Raimundo Carreiro, relator do processo de Angra 3 e que hoje preside o TCU.

As revelações de Ricardo Pessoa levaram à abertura de um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar a suposta participação de Carreiro no esquema de corrupção da usina. Agora, as declarações da Odebrecht serão juntadas a esse inquérito.

Segundo Henrique Pessoa, da Odebrecht, meses após a “solução do problema” de Angra 3 na corte de contas, o consórcio recebeu um pedido de Carreiro: que uma das empreiteiras contratasse Fernanda Carreiro Roxo, sobrinha do ministro. “Ninguém soube onde colocar [Fernanda]”, disse Pessoa. “Acabou indo para a Odebrecht porque tínhamos uma obra perto da casa dela.” Fernanda Roxo exerceu atividade administrativa. Foi contratada em abril de 2013 e dispensada em 2015. “Ela sabia por que tinha sido contratada. Dizia que era sobrinha do Carreiro.”

Outro ministro do TCU, Vital do Rêgo, está sendo investigado, mas por questões da época em que era senador pelo PMDB da Paraíba. Fernando Reis, presidente da Odebrecht Ambiental, disse ter pago, em 2014, R$ 350 mil ao hoje ministro da corte.

Quando tudo estava acertado e a obra avançando, chegou outro pedido às empresas do consórcio: o pagamento de R$ 1 milhão para o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), que voltou ao Senado. “Não aceitamos”, disse Pessoa. “Sabíamos que logo haveria mudanças no governo. Já se falava em mudança de ministros. Não tinha perspectiva de retorno disso.”

Nos bastidores, os ministros do TCU discutem o que fazer para “blindar” o tribunal. Eles temem que o envolvimento dos ministros possa contaminar a imagem do TCU, mas, neste momento, também não querem decidir pelo afastamento de Carreiro e de Vital do Rêgo, porque dizem não haver provas. Por isso, só consideram o afastamento caso haja denúncia. (Folhapress)

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