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Saúde Depois dos 60: a vida sexual das mulheres na terceira idade

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Atualmente, a vida sexual continua até idades mais avançadas. (Foto: Reprodução de internet)

Ela acorda, cuida da casa, toma um banho, coloca um vestido bonito e um salto alto e passa batom nos lábios. Quando chega ao baile, cumprimenta os amigos e procura um par para dançar. Aquele momento é só dela. Às vezes, encontra uma companhia para passar a noite. Ela faz sexo e fala de sexo.

Maria José Machado tem 72 anos e é o retrato de 66,7% de mulheres brasileiras com mais de 60 anos que mantêm a vida sexual ativa, segundo estudo feito, em 2016, pelo Programa de Estudos em Sexualidade da USP.

Divorciada há mais de 30 anos, Zezé não vê problema em conversar sobre sexualidade e acredita ser importante orientar os mais jovens, compartilhando experiências.

“Tem  hora que o jovem não pensa. Do jovem para o mais velho, não tem que ter preconceito, temos que mostrar o que pode prejudicá-los.”

Para a sexóloga Regina Navarro Lins, a sociedade está passando por uma mudança na forma de pensar o amor e o sexo. Se antes as mulheres eram consideradas velhas aos 40 anos, e não podiam demonstrar desejo sexual, hoje, não é bem assim.

“Cada vez mais os tabus sexuais caem por terra, e as pessoas da terceira idade começam a perceber que também têm direito ao prazer. Aqueles modelos tradicionais de comportamento não estão mais dando respostas satisfatórias. Está se abrindo um espaço para cada um escolher sua forma de viver”, diz Regina.

Maria José decidiu se manter ativa e independente, não quer saber de homem que se aproveita dela e destaca a importância da intimidade no relacionamento, com responsabilidade. Para ela, “sexo é vida” e a proteção vem em primeiro lugar.

“Um dia, meu neto viu uma camisinha na minha bolsa. Eu disse que se ele precisa ter preservativos, eu também preciso. Tenho que me proteger”, comenta.

Segundo o geriatra Pedro Paiva, o número de doenças sexualmente transmissíveis em idosos dobrou na última década. Além da proteção durante a relação, é recomendável que as pessoas busquem orientação médica sobre as mudanças do corpo que chegam com a idade.

“Os idosos acumulam doenças crônicas que precisam ser avaliadas para a atividade sexual plena. O sexo faz parte do envelhecimento saudável, observamos um aumento da autoestima e até uma melhora na vida conjugal dos pacientes”, diz.

Márcia*, de 73 anos, é casada há 49 e, para ela, o segredo de uma vida sexual ativa está na admiração, carinho e respeito que se tem pelo outro.

“Driblamos o sexo com muito namoro e pouca penetração. A cumplicidade e o amor falam mais alto”, afirma.

Pedro reafirma a opinião de Márcia*. Para ele, os idosos devem entender as alterações fisiológicas do corpo e trabalhar com elas na hora do sexo. A primeira coisa que pode ser feita é quebrar a ideia de que a penetração é o ato principal na relação sexual. Assim, as pessoas podem ter relações ao longo de toda a vida.

“A pele, a realização de fantasias e o toque nos dão um território imenso de estímulo à sexualidade, que é pouco explorado e praticado. O uso de lubrificantes vaginais, de estrogênio tópico e de estimulantes de ereção pode ajudar”, diz o médico.

*O nome foi alterado.

 

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https://www.osul.com.br/depois-dos-60-a-vida-sexual-das-mulheres-na-terceira-idade/ Depois dos 60: a vida sexual das mulheres na terceira idade 2019-04-25
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