Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2015
O deputado estadual Mauro Carlesse (PTB), do Tocantins, está preso desde o dia 31 de julho em uma das salas da Assembleia Legislativa do Estado por discordar do valor da pensão alimentícia exigido pela ex-mulher. A “cela” de Carlesse, que integra a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, tem TV, ar-condicionado e geladeira. Ele usa o chuveiro de um dos banheiros coletivos e é vigiado por um policial. Mas, mesmo preso, conseguiu autorização da Justiça para participar das sessões legislativas, votando e discutindo projetos estaduais.
Separado há seis anos, o deputado foi preso após discordar do valor da pensão. O processo corre em segredo de Justiça na 2 Vara Cível da Comarca de Barueri, na Grande São Paulo. Segundo a defesa de Carlesse, 30% do salário dele, de 25 mil, era destinado à ex-mulher. Mas, além do salário, o deputado declarou à Justiça Eleitoral ser dono de uma fazenda avaliada em 34 milhões de reais e de uma gravadora. Rosângela, a ex-mulher, pediu mais. “O casal tem duas filhas [maiores de idade], mas a pensão diz respeito só à mulher. Ela está pedindo 50 mil reais, mas esse valor o deputado se recusa a pagar. Ela ainda quer 300 mil reais retroativos”, disse Divino Allan, chefe de gabinete do deputado. Em nota, Rosângela afirmou que o ex-marido possui inúmeras outras fontes de renda “provenientes dos bens do casal que estão sob sua posse e administração”.
Prisão lotada
Sandro Armado, advogado de Carlesse, afirmou que, como as prisões do Estado estão superlotadas, a Justiça autorizou que o deputado ficasse preso no prédio da Assembleia. A Secretaria de Defesa e Proteção Social admitiu que não há possibilidade de manter o político em uma cela individual. (Folhapress)