Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2017
Em uma delação divulgada pelo jornal O Globo, o deputado federal paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB) foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS. O objetivo seria a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB).
Rocha Loures teria sido escalado pelo presidente Michel Temer para intermediar a negociação. Na tarde de quarta-feira (17), Joesley Batista e o seu irmão Wesley entraram apressados no STF e seguiram direto para o gabinete do ministro Edson Fachin. Os donos da JBS, a maior produtora de proteína animal do planeta, estavam acompanhados de mais cinco pessoas, todas da empresa.
Foram lá para o ato final de uma bomba atômica que explodiu sobre o País – a delação premiada que fizeram, com poder de destruição igual ou maior que a da Odebrecht. Diante de Fachin, a quem cabe homologar a delação, os sete presentes ao encontro confirmaram: tudo o que contaram à Procuradoria-Geral da República em abril foi por livre e espontânea vontade, sem coação.
É uma delação como jamais foi feita na Lava-Jato: nela, o presidente Michel Temer foi gravado em um diálogo embaraçoso. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS).
Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.
Jardim revela ainda, com exclusividade, que Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).