Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de março de 2023
Os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Evair de Melo (PP-ES) divergiram sobre a forma como o governo federal deve agir com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O tema voltou ao centro das discussões após a ocupação de três fazendas de monocultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose, em Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no estado da Bahia. Uma quarta propriedade de nome Fazenda Limoeiro, na cidade de Jacobina também foi ocupada. Segundo o MST, ela está abandonada há 15 anos.
O deputado Chico Alencar avaliou que o governo Lula busca fazer algo que faltou nos últimos anos, dialogar.
“Eu entendo que o governo Lula foi eleito para reabrir algo que faltou no Brasil nos últimos quatro anos, que é o diálogo. Em nota a Suzano disse estar aberta ao diálogo transparente, amigável e equilibrado. É isso o que queremos”.
Já o deputado Evair de Melo avaliou que o governo Lula é “conivente” com o MST, e chamou os membros do movimento de “terroristas”.
“Governo Lula é o governo que tem conivência com esses terroristas, com esses depredadores do patrimônio privado. Ele é conivente, e para nosso espanto, o ministro da Agricultura tem sido um incentivador do MST, ele reconheceu a legitimidade do MST, e nós estamos sem entender nada”.
Reintegração
A Suzano Papel e Celulose obteve na sexta-feira (3) mais uma liminar para a reintegração de posse das áreas ocupadas pelo MST. A juíza Livia de Oliveira Figueiredo determinou a desocupação da área localizada em Teixeira de Freitas. A magistrada também determinou o uso de força policial caso a saída dos invasores não ocorra de forma voluntária.
A empresa já havia obtido decisão semelhante para a propriedade localizada em Mucuri. Outro processo para a desocupação da fazenda em Caravelas segue em análise.
Negociação
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, pediu ao MST para desocupar as fazendas e iniciar negociações com a empresa. Os sem-terra reclama de um acordo de 2011 para assentamento de famílias em áreas da companhia, que não teria sido cumprido. A Suzano alega que o Incra não realizou as desmarcações.
O presidente da Suzano, Walter Schalka, já afirmou que “não tem diálogo com o MST enquanto não desocuparem as propriedades”.
A legislação brasileira proíbe invasões de terra e só autoriza desapropriações para fins de reforma agrária de regiões improdutivas. As fazendas ocupadas pelo MST são produtivas.
A Suzano informa que gera 7 mil empregos diretos e 20 mil indiretos no sul da Bahia.