Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2019
Em uma articulação rápida, deputados federais da oposição e do Centrão impuseram mais uma derrota ao governo de Jair Bolsonaro ao conseguirem aprovar a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para comparecer ao plenário da Câmara já nesta quarta-feira (15).
De autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a convocação foi aprovada por 307 votos a favor e 82 votos contra. A aprovação foi comemorada pela maioria dos partidos, com exceção do PSL. O pedido foi incluído na pauta da Casa durante a reunião de líderes no meio da tarde desta terça-feira (14). Assim que o encontro acabou, os deputados seguiram para o plenário e colocaram a medida em votação.
Weintraub será sabatinado. Ele é praticamente obrigado a comparecer diante de uma medida como essa. Com a convocação, as comissões da Câmara devem suspender as suas atividades nesta quarta para que os parlamentares possam participar, inclusive o colegiado que analisa a reforma da Previdência.
O ministro da Educação não descartou novos bloqueios no orçamento da pasta após a previsão de crescimento menor da economia brasileira neste ano. A equipe econômica do governo fará uma revisão de crescimento da economia para entre 1,5% e 2% neste ano.
O Ministério da Educação sofreu um congelamento de R$ 7,4 bilhões. Weintraub tem insistido que o descongelamento desses recursos depende da aprovação da reforma da Previdência. Mas com a informação de revisão do crescimento, novos cortes não estão descartados.
“Vou perguntar para o [ministro da Economia] Paulo Guedes especificamente sobre isso. Não tenho como antecipar”, disse. “A única certeza na vida é a morte e os impostos”, completou ele, ao ser questionado se a Educação estaria blindada.
O ministro recebeu jornalistas em um café da manhã nesta terça-feira. Ele apresentou informações já prestadas no Senado na última semana e reafirmou que a prioridade do governo na área será a educação infantil, embora não tenha detalhado qualquer ação.
Os bloqueios de orçamento no Ministério da Educação atingiram recursos que vão da educação infantil à pós-graduação. Nas universidades federais, chegam a R$ 2 bilhões, o que representa 30% da verba discricionária (que não conta salários, por exemplo).
“É difícil ver alguém de um ministério social se recusando a atacar o Ministério da Economia se ele estiver fazendo o trabalho dele. Eu vou bater de mão fechada se eles forem contingenciar o contingenciado. Eu tenho condição de saber se eles estão fazendo um trabalho direito”, declarou Weintraub.