Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2025
As pirâmides do Egito e da América Central são as mais famosas do mundo, mas talvez não sejam as mais antigas. Uma expedição oceânica nas proximidades do Japão encontrou no fundo do mar uma estrutura similar, fato que surpreendeu arqueólogos e abriu uma nova hipótese sobre esse tipo de construção no planeta.
A obra nipônica está localizada nas ilhas Ryukyu, quase na divisa com Taiwan, a 25 metros de profundidade. Conhecida como “Monumento de Yonaguni”, foi vista pela primeira vez em 1986, quando um grupo de mergulhadores percebeu uma formação com aparência artificial – algo incomum na geografia marinha.
Escalonada, a pirâmide possui ângulos perfeitos e pode ter até 25 metros de altura. Seu formato lembra as grandes pirâmides de Gizé, mas sua origem remonta a um passado muito mais distante. Diferente das pirâmides do norte da África, a estrutura japonesa teria cerca de 10 mil anos. Especialistas afirmam que, se foi realmente construída por uma comunidade, isso teria ocorrido há cerca de 12 mil anos — antes mesmo da região ser submersa.
Inicialmente, essa possibilidade desconcertou os estudiosos, pois significaria que a construção é mais antiga do que Stonehenge, no Reino Unido. De acordo com o conhecimento atual, acredita-se que a humanidade começou a erguer estruturas monumentais à medida que desenvolvia a agricultura, ou seja, há cerca de 12 mil anos. Portanto, se o monumento de Yonaguni foi construído nesse mesmo período, seria necessário revisar os livros de história.
“Atlântida nipônica”
Alguns chamam o local de “Atlântida nipônica”, já que não há registros de uma comunidade que pudesse ter habitado essa parte das ilhas Ryukyu no momento da construção da pirâmide. Por outro lado, a estrutura parece ser de pedra sólida, e os céticos acreditam que seja apenas uma formação geológica.
Embora o local já fosse conhecido no Pacífico Oriental por conta das lendas que o envolvem, ele voltou a chamar atenção da comunidade arqueológica após ser discutido no podcast The Joe Rogan Experience. Nele, foram apresentadas teorias sobre sua origem e a possibilidade de ter sido construído por humanos.
Graham Hancock, autor de livros sobre civilizações perdidas, e o arqueólogo Flint Dibble debateram sobre o tema. “Já vi muitas formações naturais estranhas e não vejo nada aqui que me lembre arquitetura humana”, afirmou Dibble.
Em contrapartida, Hancock insiste que há indícios claros da intervenção humana, há mais de 10 mil anos. Ele destaca detalhes como degraus esculpidos em linha reta e sem imperfeições, terraços, e até a figura de um “rosto” esculpido em uma das laterais da estrutura.
Em 2023, o especialista Masaaki Kimura, segundo noticiado pelo jornal inglês “Daily Mail”, analisou a idade das rochas de arenito que compõem o monumento de Yonaguni. Ele afirmou que a possível construção da pirâmide coincide com o fim da última Era do Gelo, o que torna plausível que uma civilização tenha trabalhado ali antes que a área fosse submersa pelo derretimento das geleiras.
Embora as pesquisas sobre a pirâmide japonesa ainda estejam inconclusas, o local se tornou uma atração turística para mergulhadores. No entanto, o mistério sobre sua verdadeira origem pode persistir por décadas, dividindo os que acreditam tratar-se de uma formação natural e os que defendem ser vestígios de uma civilização extinta.