Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2020
Prévia da inflação oficial fica em 0,23% em agosto. Em 12 meses, índice acumula alta de 2,28% e segue abaixo do piso da meta
Foto: Agência BrasilO IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), subiu 0,23% em agosto, segundo divulgou nesta terça-feira (25) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta foi mais uma vez puxada pelo aumento dos preços dos combustíveis e suavizada pelos descontos nas mensalidades escolares.
Em julho, o indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do País – havia registrado alta de 0,3%. Apesar da pressão dos preços dos combustíveis e de outros itens como energia, a inflação permanece em patamares baixos em meio aos impactos da pandemia de coronavírus, fraca demanda e incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia brasileira e global.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,90% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada é de 2,28%, acima dos 2,13% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda abaixo do piso da meta do governo para o ano. Em agosto de 2019, a taxa foi de 0,08%.
Combustíveis puxam alta
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em agosto. Com alta de 0,75%, os preços do grupo Transportes foi o grupo que exerceu o maior impacto sobre o índice, embora tenha havido desaceleração em relação a julho (1,11%), quando também foi o grupo que mais pressionou a inflação.
“Os preços dos combustíveis subiram 2,31% e pressionaram a prévia da inflação, sendo que o maior impacto individual positivo (0,12 ponto percentual) veio da gasolina, com alta de 2,63%. O óleo diesel (3,58%) e o gás veicular (0,47%) também tiveram aumento nos preços, enquanto o etanol apresentou queda de 0,28%”, informou o IBGE.
Além do etanol, também houve recuo nos preços das passagens aéreas (-1,88%), do transporte por aplicativo (-6,75%) e do seguro de veículo (-1,92%). A maior alta entre os grupos veio de Artigos de residência (0,88%), que subiram pelo quarto mês seguido.
As maiores pressões vieram dos itens TV, som e informática (2,50%) e eletrodomésticos e equipamentos (0,94%). Já os preços de mobiliário (-0,14%) seguiram em queda. No grupo Habitação, o destaque foi a energia elétrica (1,61%), influenciada pelos reajustes tarifários em diversos estados, além de cimento (5,26%) e tijolo (4,83%).
Preços de mensalidades caem com pandemia
Já o grupo Educação registrou deflação (-3,27%) em agosto e exerceu a maior contribuição (-0,21 p.p.) para frear a alta do índice no mês.
“Com a suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia de Covid-19, várias instituições de ensino concederam descontos nos preços das mensalidades, que foram devidamente apropriados no IPCA-15 de agosto, conforme disposto na nota técnica 02/2020. Com isso, os preços dos cursos regulares recuaram 4,01%. A maior queda foi observada na pré-escola (-7,30%), seguida pelos cursos de pós-graduação (-5,83%), de educação de jovens e adultos (-4,74%) e de ensino superior (-3,91%)”, informou o IBGE.
Alimentos sobem acima do índice geral
Os preços do grupo Alimentação e bebidas apresentou alta de 0,34% em agosto, após a queda de 0,13% em julho. Os alimentos para consumo em casa subiram 0,61%, influenciados principalmente pela variação observada nos preços das carnes (3,06%), do leite longa vida (4,36%) e das frutas (2,47%). Também ficaram mais caros produtos importantes na cesta das famílias, como o arroz (2,22%) e o pão francês (0,99%).
Entre os itens que ficaram mais baratos no mês, destaque para tomate (-4,20%), cebola (-8,04%), alho (-8,15%) e batata-inglesa (-17,16%). Na alimentação fora do domicílio (-0,30%), a refeição recuou 0,52% e o lanche teve alta de 0,20%.