Sábado, 25 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2020
As fibras contribuem para a melhor a disponibilidade de neurotransmissores como serotonina e GABA
Foto: ReproduçãoDe acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o País com maior incidência de depressão e ansiedade na América Latina. Mesmo antes da pandemia de Covid-19, estimava-se que aproximadamente 12 milhões de brasileiros sofriam desses transtornos.
Recentemente, um estudo realizado por um pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro revelou que os casos de depressão e ansiedade quase que duplicaram em decorrência da pandemia coronavírus, sendo esse aumento de casos ainda mais expressivo em mulheres.
Segundo a OMS, a depressão é uma das doenças mais incapacitantes no mundo, e portanto, encontrar formas de combatê-la e atenuá-la é de extrema importância. Uma das formas não medicamentosas mais eficientes e consagradas na literatura para o combate da depressão e da ansiedade é a prática de atividades físicas.
São inúmeros os estudos comprovando os efeitos positivos dos exercícios sobre a química cerebral. Porém, no cenário atual, uma vez que ainda muitas pessoas estão reclusas em suas casas para se proteger da Covid-19, os níveis de atividade física diária caíram muito.
Inclusive, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato Mundial de Jogadores de futebol envolvendo 1600 atletas, 22% das mulheres e 13% dos homens passaram a apresentar sintomas compatíveis com a depressão em consequência do confinamento.
Essa nova realidade nos leva então a buscar alternativas que possam atuar como coadjuvantes na prevenção e atenuação da ansiedade e depressão e que possam ser facilmente incorporadas no dia-a-dia das pessoas.
Uma pesquisa publicada muito recentemente, seguindo uma linha que já vinha sendo estudada há alguns anos, demonstrou que o consumo diário de creatina, um suplemento nutricional já abordado diversas vezes em nossa coluna, é capaz de atenuar a depressão, principalmente em mulheres.
Além da creatina, estudos apontam também para o consumo de fibras. Através de um efeito positivo em cadeia sobre a microbiota intestinal, as fibras contribuem para a melhor a disponibilidade de neurotransmissores como serotonina e GABA, substâncias que encontram-se em baixa concentração em portadores de ansiedade e depressão.
Uma pesquisa realizada no Japão com 1.977 trabalhadores demonstrou que dentre aqueles que consumiam mais fibras por dia, provenientes principalmente de frutas e legumes, a prevalência de depressão e ansiedade era menor. Vale lembrar também que os fitoquímicos presentes nas frutas, verduras e legumes possuem propriedades antidepressivas.
Outro estudo realizado com mulheres americanas também demonstrou que o maior consumo diário de fibras estava relacionado com a menor incidência de depressão. E mais: esse estudo também chamou a atenção para o fato de que o maior consumo de alimentos processados estar relacionado à maior incidência da doença.
Além de atuar como coadjuvante no combate aos transtornos de ansiedade e depressão, o maior consumo diário de fibras também está relacionado com uma menor incidência de todas as causas de mortalidade, como mostra outro estudo.