Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2015
Tratado pelo Palácio do Planalto como peça-chave para impedir o agravamento da crise política, que pode culminar até no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem sinalizado a interlocutores diretos que pode voltar a colaborar com o governo da petista a partir desta semana, na volta do recesso parlamentar. Calheiros, contudo, cobrará “faturas” nas áreas política e econômica, em troca da ajuda.
Há duas semanas, logo após o anúncio do rompimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governo decidiu reforçar uma operação envolvendo ministros como Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) e lideranças políticas petistas para cortejar o presidente do Senado.
O Palácio do Planalto quer retomar a relação que mantinha com Calheiros durante o primeiro mandato de Dilma, quando ele foi o principal interlocutor do governo no Congresso. O peemedebista, que contou com o apoio da chefe do Executivo para se reeleger presidente do Senado em fevereiro, afastou-se do Planalto no mês seguinte, na esteira da abertura de três inquéritos contra ele no âmbito da Operação Lava-Jato. Nos bastidores, Calheiros acusa o governo de ter atuado para incluí-lo no rol dos investigados.
O Planalto, porém, aposta no presidente do Senado para neutralizar os efeitos de uma provável decisão desfavorável no julgamento das contas de 2014 da gestão Dilma pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Caberá à Casa presidida por Calheiros apreciar inicialmente o parecer analisado pela Corte.
Se tanto o Senado quanto a Câmara reprovarem as contas do governo, esse seria o primeiro passo para que um processo de impeachment fosse aberto contra Dilma. Por isso, com a Câmara liderada pelo oposicionista Cunha, Calheiros é tido como fundamental para barrar no nascedouro um movimento pelo impedimento da presidenta. (AE)