Economia Dilma decide reduzir meta fiscal e fazer novo corte provisório de gastos
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2015
A contragosto, a presidenta Dilma Rousseff deu o sinal verde na noite desta terça-feira para que a equipe econômica reduza imediatamente a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública). Nos últimos dois dias, a presidenta analisou com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, o desempenho da arrecadação tributária até agora e concluiu que um esforço fiscal de R$ 66,3 bilhões, ou 1,13% do PIB (Produto Interno Bruto), não é mais possível. Segundo interlocutores, Dilma resistiu até o último minuto para reduzir a meta fiscal e estava alinhada com Levy, que queria esperar um pouco mais antes de rever a meta.
No entanto, a presidenta recuou depois de ouvir de seus técnicos que a manutenção de um superávit primário de 1,13% do PIB não exigiria apenas uma estimativa maior de receitas extraordinárias. Seria preciso também fazer um forte contingenciamento adicional de despesas. Esses gastos já receberam uma tesourada de quase R$ 70 bilhões em 2015. Diante disso, o novo relatório bimestral de receitas e despesas deve trazer nesta quarta-feira estimativas já considerando uma meta de superávit primário mais baixa. Também é possível que seja enviado logo ao Congresso um novo projeto de lei propondo a diminuição do esforço fiscal para o ano.
Com isso, prevaleceu o argumento defendido pelo ministro do Planejamento de que é preciso sinalizar o mais rapidamente possível ao mercado que o resultado de 1,13% do PIB não será atingido. Levy não se opunha à redução, mas queria que esta ocorresse mais à frente para dar ao governo tempo para buscar receitas. Assim, o resultado do ano ficaria o mais próximo possível da meta.
A decisão será anunciada oficialmente nesta quarta-feira (22), quando o governo tem de divulgar sua programação orçamentária bimestral, apontando a situação real das contas públicas da União. (AG e Folhapress)
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