Brasil “Dilma é muito mais de esquerda do que eu”, afirma Lula

"Dilma é é muito mais esquerda do que eu. Sou liberal. Sou um cidadão na política um pouco pragmático e muito realista entre o que eu sonho e o que é a política real", diz Lula a blogueiros. (Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula)

Em entrevista a blogueiros, na quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff, é ”muito mais de esquerda“ do que ele e defendeu a realização de uma política de alianças ampla, para garantir a governabilidade e disse ser um político ”pragmático“.
”Dilma é  é muito mais esquerda do que eu. Sou liberal. Sou um cidadão na política um pouco pragmático e muito realista entre o que eu sonho e o que é a política real.“ Segundo ele, Dilma tem uma formação ideológica ”mais consolidada“.
O ex-presidente disse que o ideal seria que o PT ganhasse as eleições sozinho, mas afirmou que no País é preciso fazer aliança. ”Não sou esquerdista, sou de esquerda, mas precisava conquistar a governabilidade“, comentou. Lula disse também que, desde que deixou a Presidência, tornou-se ”mais esquerda“, por conta dos livros que tem lido.
Ele voltou a cobrar  medidas imediatas na economia e disse que Dilma tem que deixar a investigação dos casos de corrupção para a ”polícia, Ministério Público e Justiça“. ”Ela tem que governar esse País. Tem que comprometer o Congresso, os sindicalistas e falar que tem que fazer junto“, afirmou.

“Vou processar todo mundo”, dz Lula

Na conversa com blogueiros na quarta-feira, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva disse que “sempre teve um tratamento diferenciado” da imprensa, desde que foi dirigente sindical. “Nunca fui bem tratado, sempre fui tratado com certo desdém.” O petista falou sobre processos judiciais que seus advogados têm movido contra jornalistas.
As ações tiveram início desde que o nome do ex-presidente passou a ser citado em reportagens sobre a Lava-Jato, operação da Polícia Federal e da Procuradoria da República que levou para a cadeia alguns de seus mais importantes aliados, como o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu.
“Eu comecei a processar. Diferentemente do que eu pensava há algum tempo. O pessoal dizia: processar não adianta. As pessoas diziam: você processa Veja, cai tudo na mesma Vara em Pinheiros e não acontece nada. Não sei se é verdade, mas o pessoal diz isso. Comecei a processar jornalistas. Quando processo jornal, o dono do jornal se livra do processo jogando a culpa no jornalista. Então, eu falei: vou começar a processar jornalista para ver se a gente recupera a dignidade da categoria e as pessoas verem que quando escrevem alguma coisa prejudicando alguém aquilo tem consequência. Contratei o Nilo Batista [advogado]. Daqui para frente vou processar todo mundo, criminalmente, civil, sei lá. Para ver se a gente consegue colocar um pouco de ordem na casa.”
“Eu tenho um filho, Fábio, o que fazem com ele é uma violência. Quando eu vejo, meu filho é dono da Friboi, dono de todas as cabeças de gado, é dono da Casa Branca, do Kremlin, eu fico imaginando daqui a pouco o cara  ganhou dinheiro com o corpo do Lenin. Uma desfaçatez tamanha. Eu acho que temos que processar. ”

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