Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2015
Para atender às reivindicações do vice-presidente Michel Temer e da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, a presidenta Dilma Rousseff deve entregar ao principal partido aliado sete ministérios na reforma administrativa a ser anunciada nos próximos dias. Entre as pastas que devem passar para o comando dos peemedebistas está o Ministério da Saúde, dono do maior orçamento (91,5 milhões de reais para 2015). O objetivo é assegurar a aprovação no Congresso das matérias de interesse do governo. Atualmente, o PMDB detém seis ministérios: Agricultura, Aviação Civil, Portos, Turismo, Minas e Energia e Pesca.
Apesar de, oficialmente, as principais lideranças do PMDB afirmarem que abrem mão de indicar nomes para a reforma ministerial, nos bastidores a queda de braços entre os grupos políticos peemedebistas gerou um impasse que inviabilizou o anúncio das mudanças na semana passada. Com isso, Dilma viajou para os Estados Unidos no dia 24 deste mês sem definir as mudanças no primeiro escalão.
Na tentativa de se reaproximar dos deputados do PMDB, a presidenta ofereceu dois ministérios à bancada peemedebista na Câmara. Além da Saúde, chefiada pelo petista Arthur Chioro –, Dilma sinalizou que um deputado peemedebista iria chefiar o Ministério da Infraestrutura, pasta que seria criada com a fusão de Transportes, Portos e Aviação Civil. No entanto, como o vice-presidente pretendia emplacar na vaga o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), Dilma desistiu da fusão das pastas de infraestrutura a fim de não entrar em atrito com o vice. Ela também sinalizou a Temer que manteria Padilha como ministro.
Na reestruturação do primeiro escalão, a presidenta prometeu aos senadores do PMDB o comando de dois ministérios. Em princípio, a cota dos senadores deve ser preenchida com os atuais ministros Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura). Nos últimos dias o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), aconselharam Dilma a não se engessar em torno da promessa de cortar 10 ministérios na reforma administrativa para não correr o risco de comprar uma nova briga com PMDB. (AG)