Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2015
Além de financiar a compra de helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobras pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava-Jato também foi usado para pagar serviços de prostituição de luxo com “famosas” da TV e de revistas para diretores da estatal e políticos, segundo relatos feitos às autoridades.
O fato foi revelado ao Ministério Público e à Polícia Federal pelo doleiro Alberto Youssef e pelo emissário dele, Rafael Angulo Lopez, após eles terem sido questionados sobre expressões usadas nas planilhas nas quais registravam o fluxo do dinheiro do esquema de corrupção. De acordo com os controles dos dois delatores, só em 2012 cerca de 150 mil reais foram gastos para financiar a contratação das garotas, algumas delas conhecidas pela exposição em programas de TV, capas de revistas e desfiles de escolas de samba.
Colaboradores explicaram que todos os valores associados aos termos “artigo 162” e “Monik” nas planilhas foram destinados ao pagamento de prostitutas que cobravam até 20 mil reais por programa. A expressão “artigo 162” era uma referência ao número do endereço de uma cafetina conhecida como “Jô”, que agenciava os programas para os dirigentes da Petrobras e políticos.
Nas planilhas entregues aos investigadores, há vários lançamentos de 5 mil reais e 10 mil reais ligados a esses termos. Muitas vezes as prostitutas buscavam os pagamentos em dinheiro no escritório de Youssef, segundo os relatos. O dinheiro do esquema de corrupção também era usado para bancar festas com as garotas. Só em uma delas, no terraço do hotel Unique, em São Paulo, foram gastos 90 mil reais, principalmente em bebidas, de acordo com os delatores. (Folhapress)