Brasil José Dirceu criou o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil no governo Lula
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2015
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso pela PF (Polícia Federal) nesta segunda-feira (03) na 17ª fase da Operação Lava-Jato, foi um dos responsáveis por criar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula, segundo o MPF (Ministério Público Federal) e a PF (Polícia Federal).
“Dirceu era aquele que tinha responsabilidade de indicar nomes. Ele aceitou a indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras, e essa diretoria iniciou todo um trabalho de cooptação de empreiteiras, dando início ao esquema de corrupção na estatal”, afirmou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. O procurador declarou que o petista foi um dos beneficiários do esquema, mesmo durante e após o julgamento do mensalão. O ex-ministro “repetiu o esquema do mensalão”, garantiu Lima em entrevista em Curitiba (PR). “A responsabilidade do José Dirceu é evidentemente, aqui, como beneficiário, de maneira pessoal, não mais de maneira partidária, enriquecendo pessoalmente.”
A PF afirmou que a JD Consultoria, empresa de Dirceu e de seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, que também foi preso, é suspeita de receber 39 milhões de reais por serviços que não teriam sido realizados. O delegado Márcio Adriano Anselmo citou as empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Engevix e UTC como pagadoras de propina à JD. No mandado de prisão para Dirceu, o juiz Sérgio Moro, que julga ações da Lava-Jato na primeira instância, afirma que o ex-ministro “teria insistido” em receber dinheiro de propina em contratos da Petrobras mesmo após ter deixado o governo, em 2005.
A 17ª fase da Lava-Jato foi batizada de Pixuleco, que, segundo as investigações, era o termo que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto usava para falar sobre propina. Cerca de 200 policiais federais participam da ação. Além de Dirceu e do irmão dele, também foram presos o ex-assessor do petista Roberto Marques; o lobista Fernando de Moura; Olavo de Moura; Pablo Kipersmit e o funcionário da Petrobras Celso Araripe.
